A pintora britânica Sarah A Boardman, responsável pelo retrato oficial de Donald Trump exibido durante seis anos no Capitólio do Estado do Colorado, nos Estados Unidos, viu-se recentemente no centro de uma polémica após o presidente norte-americano ter publicamente criticado a obra, afirmando que a imagem tinha sido “deliberadamente distorcida”.

As declarações de Trump, feitas através da rede social Truth Social em março, tiveram repercussões negativas diretas na carreira da artista, que agora receia pelo futuro do seu negócio, conta o The Guardian.

No mesmo comentário, Trump comparou o retrato feito por Boardman ao seu homólogo de Barack Obama — igualmente pintado pela artista — referindo que este era “maravilhoso”, enquanto o seu próprio retrato era “verdadeiramente o pior”. A artista, que quebrou o silêncio sobre o caso pela primeira vez, afirmou que as palavras do antigo presidente norte-americano colocaram em causa a sua “integridade, intenções e competências”.

Num comunicado público, Boardman rejeitou categoricamente as acusações de Trump, declarando que “o retrato foi concluído com precisão, sem qualquer ‘distorção deliberada’, parcialidade política ou tentativa de caricaturar o sujeito, de forma real ou implícita”.

A pintora sublinhou ainda que compreende o direito do ex-presidente de comentar o trabalho, mas considera que as alegações adicionais — nomeadamente que teria “perdido o talento com a idade” — estão agora a ter um impacto direto e negativo no seu negócio, colocando em risco uma carreira de mais de quatro décadas.

A obra, exibida desde 2019 no edifício legislativo do Colorado, foi retirada após os comentários de Trump. Durante os primeiros anos em exibição, segundo a própria artista, o retrato foi amplamente bem recebido e elogiado por críticos e visitantes. Porém, esse panorama alterou-se substancialmente após a recente onda de críticas lançadas por Trump, que parece ter mudado a perceção pública sobre o trabalho.

A sensibilidade de Trump em relação à sua imagem pública é amplamente reconhecida. Antes da sua próxima tomada de posse, em janeiro de 2025, divulgou um novo retrato oficial que, segundo a crítica, oscilava entre o “sério” e o “ameaçador”, evocando o seu controverso registo fotográfico de 2023, tirado após ter sido acusado de tentar reverter os resultados das eleições de 2020 no estado da Geórgia — uma acusação que o presidente nega.