“Nego categoricamente que sejam utilizados métodos violentos contra os migrantes no processo de identificação ou de repatriação”, declarou num comunicado o chefe de polícia, Franco Gabrielli.
O Departamento de Segurança Pública, que está sob a alçada do ministério do Interior, precisou que os “hotspots”, os centros de acolhimento em que são controlados e identificados os migrantes que chegam a solo italiano, “são constantemente visitados por equipas da Comissão Europeia em Itália para garantir de maneira constante os procedimentos de gestão dos migrantes”.
Além disso, acrescentou o comunicado, a Agência Europeia para os Direitos Fundamentais recentemente visitou dois “hotspots”, um em Pozzallo, na Sicília, e um em Taranto, no sul do país, expressando posteriormente uma “opinião positiva” sobre a forma como as autoridades italianas estavam a operar.
A Amnistia Internacional disse hoje que a polícia italiana havia recorrido a práticas “equivalentes à tortura” para obter as impressões digitais de migrantes, referindo que a União Europeia, em parte, é responsável por esta situação.
Muitos migrantes recusam-se a ser identificados quando chegam à Itália, a fim de poder instalar-se ou realizar um pedir asilo num país europeu da sua escolha.
“A pressão da União Europeia sobre a Itália, para que mostre-se mais dura diante dos migrantes e refugiados, acabou por levar a expulsões ilegais e maus-tratos, em alguns casos, semelhantes à tortura”, indicou a organização no relatório.
A política dos “hotspots” levou a Itália a agir fora da lei e levou a “abusos chocantes” por parte de alguns polícias, disse Matteo de Bellis, coordenador do relatório da ONG.
Das 24 histórias de abuso recolhidas pela Amnistia, num total de 170 entrevistas, quinze relatam espancamentos, inclusive com bastões elétricos, como contou um jovem sudanês de 16 anos.
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