Esta semana, a Divisão de Investigação Criminal da PSP realizou buscas na Divisão de Segurança e Transportes Públicos de Lisboa da mesma força policial, por suspeita de crimes no processamento de serviços gratificados a agentes da polícia.
Contudo, diz o Expresso, a investigação não vai ficar por aqui: o Ministério Público tem pelo menos um outro caso em mãos, também na Grande Lisboa. Em causa estão suspeitas de favorecimentos internos na atribuição de serviços remunerados em esquadras da PSP.
Jorge Rufino, presidente da Associação Representativa dos Polícias (ARP), avançou com uma queixa-crime para o MP em abril do ano passado e apresentou ainda o caso à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI). No total, entregou três relatórios sobre casos que podem ser suspeitos entre 2020 e 2022.
"Há polícias escalados com demasiada regularidade para determinados serviços de remunerados de maior valor. E, pelo contrário, há agentes a quem lhes é atribuído um gratificado logo depois de cumprirem o normal turno da noite, colocando em causa o direito ao descanso", diz ao semanário.
"Os gratificados são muito apetecíveis para alguns colegas, pois podem ser um complemento muito interessante ao salário-base dos polícias. E quem gere estas escalas pode ter um grande poder nas suas mãos", explica uma outra fonte ao Expresso.
Segundo o jornal, um agente da polícia recebe 60€ por um gratificado no período de quatro horas aos fins de semana e no período noturno. Se o serviço for feito durante o dia e durante a semana, o valor pago é 42€.
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