Numa entrevista à Rádio Renascença e ao jornal Público divulgada hoje, Armando Ferreira reconhece como positiva a recomendação relacionada com a equidade feita por Marcelo Rebelo de Sousa quando aprovou os aumentos na Polícia Judiciária (PJ), mas sublinha: “Os polícias há muito tempo falam nisso – ‘Onde é que anda o nosso Presidente da República?’”.
A contestação dos elementos da PSP e da GNR teve início após o Governo ter aprovado, em 29 de novembro, o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
Questionado sobre se uma posição do Presidente da República, neste período pré-eleitoral, não poderia ser considerada uma ingerência o responsável respondeu: “Não, até porque estaria a dar um recado a todos os partidos, e não a um só em particular”.
“Já ouvi o Governo dizer que agora não vai fazer nada, porque não quer ser acusado de atos eleitoralistas. Mas o que está em causa é a resolução de um problema que urge tratar”, sublinha Armando Ferreira, que todas as noites tem ido à escadaria do parlamento apoiar o polícia que desencadeou um protesto nacional.
Sobre a segurança necessária para as eleições de 10 de março, garante que “será sempre garantida”, mas não descarta protestos, apesar de insistir que, por iniciativa dos sindicatos da PSP e das associações da GNR, não será feito nada que ponha em causa a segurança pública.
“O movimento sindical e associativo está balizado pelas regras de um Estado democrático”, afirma Armando Pereira, lembrando, contudo, que o descontentamento nas forças de segurança é elevado e que “há movimentos inorgânicos com outro tipo de pensamento” sobre os quais não se pode responsabilizar.
Diz ainda que a situação das forças de segurança chegou à “linha vermelha” e que espera que o Governo se aperceba do estado a que se chegou, sublinhando: “Sou pai, sou marido e eu estou preocupado com a segurança pública”.
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