O número de mulheres a tirar cursos superiores em áreas ciêntíficas e tecnológicas aumentou, contudo aquelas que se aventuram na abertura de empresas continua a ser baixo. Tendo como mote esta ideia o Politécnico da Guarda (IPG) "vai desenhar um curso para incentivar estudantes do sexo feminino que frequentam o ensino superior nas áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática a tornarem-se mais empreendedoras e a lançarem startups em diversas áreas de negócio". 

Em cauda está o projeto internacional HerTechVenture que tem ao leme os polacos da Fundação Educacional “Perspetivas” e que junta ainda Itália, Espanha e Grécia, e que a partir de 14 de dezembro quer "criar um ecossistema empreendedor comum ligado aos cursos de ciências e tecnologias das instituições que o integram, no qual aumente o número de estudantes mulheres a abrirem empresas", anuncia o IPG em nota enviada às redações. Acrescentado que "a tarefa do Politécnico da Guarda será criar um curso específico para estudantes femininas, paralelo às suas licenciaturas, nos quais estas adquiram competências que aumentem os atuais níveis de empreendedorismo das mulheres."

Além do IPG, faz ainda parte do consórcio a portuguesa Inova+, e a associação “Estímulos para a Mudança Social”, assim como a Universidade da Macedónia (ambos da Grécia), a Universidade de Salamanca (Espanha) e o Politécnico de Turim (Itália). O Politécnico da Guarda irá liderar o Grupo de Trabalho responsável por definir a metodologia, construir a estrutura e criar conteúdos para o curso de empreendedorismo direcionado para as estudantes das áreas tecnológicas.

Segundo dados partilhados no comunicado, a nível mundial, a percentagem de mulheres que captam investimento para criarem startups é de 2%, contra 98% de homens. Contudo, Teresa Paiva, docente e investigadora no IPG, nota que "na Europa e em Portugal a diferença é ligeiramente melhor, mas mesmo assim regista-se uma assimetria abismal". Sendo por isso, este projeto "inclusivo" de grande oportunidade.

De futuro, pode esperar-se que este curso seja, depois, lecionado nas universidades da Polónia, Itália, Espanha e Grécia.

O Presidente do IPG diz que este projeto vai ao encontro de um dos "grandes desígnios da instituição", "capacitar a população para as mudanças societais que é preciso operar; e qualificar o potencial humano do tecido empresarial que interage com politécnicos e universidades". E garante que os frutos colher-se-ão no futuro: “A criação de um ecossistema empreendedor com mais mulheres entre o Politécnico da Guarda e universidades de vários países europeus irá beneficiar, a prazo, a região da Guarda e Portugal”.