A saída de Konrad Szymanski foi vista como um enfraquecimento da equipa do primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, no momento de escalada de tensões dentro do Governo sobre a crise energética e sobre as formas de conter a inflação.

O governo polaco tem várias disputas com Bruxelas, sendo a principal sobre o seu histórico de proteção do Estado de Direito e da democracia, o que levou Bruxelas a congelar fundos da UE para a recuperação da crise provocada pela pandemia de covid-19.

“Não é bom quando um ministro relativamente pró-europeu sai e provavelmente será substituído por alguém decididamente mais anti-europeu”, disse o deputado da oposição de esquerda Lukasz Kohut.

Szymanski, que ocupava o cargo de ministro dos assuntos da União Europeia desde 2019, explicou que, embora os ministros e os governos mudem, a Polónia deve manter uma posição coerente sobre a sua posição na Europa.

“Estou convencido de que o meu sucessor terá a mesma experiência, profissionalismo e dedicação à causa e seguirá uma política alinhada com os interesses da Polónia na UE”, defendeu Szymanski.

O presidente da Polónia, Andrzej Duda, aceitou formalmente a demissão de Szymanski e também a do chefe de gabinete de Morawiecki, Michal Dworczyk.

Dworczyk demitiu-se no mês passado, alegando motivos pessoais, depois de piratas informáticos terem revelado mensagens eletrónicas da sua conta pessoal em que dava conta de divergências com decisões do Governo.

Dworczyk e outros membros do Governo de Morawiecki disseram acreditar que o ataque informático foi parte de uma campanha russa de desinformação, realizada pelos serviços secretos russo e bielorrusso.