Várias carrinhas todo-o-terreno equipadas com depósitos de água circulam hoje pela localidade para evitar qualquer reacendimento, depois do "pandemónio" vivido de madrugada, com as chamas a aproximarem-se perigosamente das habitações.
"Aqui, quando os bombeiros chegam já o povo anda a apagar as chamas", enfatiza Alfredo Ribeiro, de 83 anos, proprietário do único café da aldeia.
A maioria dos homens não dormiu para evitar males maiores.
"Nem preguei olho", revela José Cristóvão da Silva, de 57 anos, que tem andado "numa roda-viva" para impedir qualquer reacendimento.
"Andamos com depósitos de mil litros de água nas carrinhas para abastecer as viaturas dos sapadores florestais, que apenas levam 500 litros", explica o habitante de Madalhal.
Vítor Alves Farinha, de 59 anos, também não foi à cama para andar a ajudar os bombeiros a puxar mangueiras.
As chamas consumiram pinheiros e eucaliptos e "chegaram mesmo ao pé das casas", frisa.
Salientando que o povo é unido, Vítor Farinha diz que ninguém abandonou a aldeia e os que puderam foram para o combate, ao lado dos bombeiros.
"O grande problema foi a intensidade das chamas e as projeções", refere José Cristóvão da Silva.
O incêndio em Malhadal, na freguesia de Proença-a-Nova e Peral, para o qual foi dado alerta às 20:28 de quarta-feira, foi dado como dominado hoje de manhã.
No local ainda se encontram esta tarde posicionados vários meios terrestres dos bombeiros e sapadores florestais.
Há 13 anos, um outro incêndio que lavrou junto à localidade "queimou tudo à nossa volta, destruiu alguns barracões e matou animais", recorda o octogenário Alfredo Ribeiro.
O distrito de Castelo Branco foi nos últimos dias um dos mais afetados por fogos florestais, inclusive um incêndio que deflagrou na Sertã e que alastrou a outros municípios. Este fogo foi dado como dominado hoje.
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