“É um não tema a partir do momento em que está justificado”, pelo que é um episódio que está “claramente ultrapassado”, afirmou a também deputada, no final de uma visita à Escola Secundária D. Maria II, em Braga.

Inês de Sousa Real indicou que o dirigente comunista João Oliveira a contactou, no domingo, para esclarecer que, com as suas palavras, “não estava, de forma nenhuma, a deferir qualquer tipo de ataque ou crítica ao PAN”.

João Oliveira, segundo a porta-voz do PAN, lamentou ao telefone que “tivesse havido uma extrapolação” das suas afirmações e que fossem associadas ao partido liderada por Inês Sousa Real.

Num comício, realizado, no sábado, em Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal, o também líder parlamentar do PCP terá feito críticas indiretas ao PAN, ao referir-se a “criações artificiais”.

“Quando nos vão aparecendo pela frente aquelas criações artificiais, que não têm adesão à realidade de ambientes e ondas, que vão concentrando, entre PS e PSD, as principais atenções, como se fossem só essas as duas únicas opções”, disse então João Oliveira.

No domingo, dirigindo-se a João Oliveira, a porta-voz do PAN avisou o PCP que está em “claro contraciclo com as preocupações dos mais jovens”, caso tenha decidido “ser negacionista” das alterações climáticas.

Hoje, Inês Sousa Real admitiu, ao ouvir as declarações do dirigente comunista, ter ficado com a “perceção” de que João Oliveira se referia ao PAN, sublinhando que estranhou “o negacionismo em relação às alterações climáticas”.

“A partir do momento em que João Oliveira me esclarece que não era essa a sua intenção, não tenho porque não acreditar na sua palavra”, vincou, notando que “em política todos” podem “dizer algo que não pretendem”.

Porém, a porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) notou que “não deixam de existir momentos na Assembleia da República em que o PCP não deixa de ser negacionista”, lembrando divergências em relação à taxa ambiental do carbono.

No Dia Internacional de Educação, Sousa Real visitou a Escola Secundária D. Maria II, em Braga, considerando que “a escola pública é fundamental” para que “todas as meninas e meninos tenham acesso a uma educação de qualidade”.

“Infelizmente, há quem queira acabar com a escola pública, nomeadamente alguma direita, inclusive a mais liberal”, salientou, defendendo que “não são com cheques ensino que se resolvem os problemas sociais”.