Segundo a página da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) na Bloomberg, a dez anos foram colocados 975 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) à taxa de juro de 1,778%, inferior à taxa do anterior leilão comparável, de 2,046%, em 14 de fevereiro.

"Já hoje colocámos dívida a dez anos e a 27 anos às taxas mais baixas de sempre, não é [às mais baixas] da semana passada ou de há um ano, é de sempre", disse o ministro das Finanças, Mário Centeno, numa audiçao no parlamento, quando saíram os resultados dos leilões.

A procura atingiu 1.661 milhões de euros para as OT a dez anos, 1,70 vezes superior ao montante colocado.

No prazo mais longo, a cerca de 27 anos, Portugal colocou hoje 275 milhões de euros à taxa de juro de 2,8%, inferior à verificada no anterior leilão comparável de 12 de julho do ano passado (3,977%).

Neste prazo, a procura atingiu 771 milhões de euros, 2,80 vezes o montante colocado.

O IGCP tinha anunciado dois leilões de OT com maturidades em 17 de outubro de 2028 e em 15 de fevereiro de 2045, com um montante indicativo global entre 1.000 milhões de euros e 1.250 milhões de euros.

No mais recente leilão de OT a 10 anos, em 14 de fevereiro, Portugal colocou 760 milhões de euros à taxa de juro média de 2,046%, superior à taxa do anterior leilão comparável (de 1,939% em 08 de novembro), e a procura atingiu 1.578 milhões de euros.

Em relação ao prazo mais longo, o leilão mais recente ocorreu em 12 de julho do ano passado quando Portugal colocou 315 milhões de euros em OT a 28 anos a uma taxa de juro de 3,977%, inferior à do anterior leilão comparável, (de 4,1% em janeiro de 2015) e a procura cifrou-se em 676 milhões de euros.

Segundo o programa de financiamento de 2018, o IGCP estima arrecadar 15.000 milhões de euros através da emissão bruta de OT mensalmente, combinando operações sindicadas e leilões.

Para Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, as duas emissões tiveram "bastante sucesso" e "Portugal conseguiu emitir dívida com as taxas mais baixas de sempre para estes prazos".

Na dívida a 10 anos houve "uma descida substancial para um curto espaço de tempo, em linha com o mercado", mas o mais extraordinário foi a emissão a 27 anos a uma taxa de 2,8%", sublinha Filipe Silva, alegando que em 2017, "uma emissão semelhante (a 28 anos) a taxa foi bastante superior".

"Basta dizer que esta taxa de 2,8% foi o que se pagou por dívida a 10 anos emitida em setembro de 2017 (2,78%) e agora, com a mesma taxa conseguimos dívida que só se vence em 2045", precisou Filipe Silva.

"Estas duas operações mostram que o prémio de risco da dívida portuguesa baixou drasticamente o que é muito bom para os interesses do país, dado sobretudo tratar-se de dívida longa. Estes resultados irão, certamente, ter impacto também no custo de financiamento de empresas portuguesas que queiram emitir dívida no mercado”, disse ainda o responsável do Banco Carregosa.

[Notícia atualizada às 12h30]