“Não há candidaturas, não apresentação de candidaturas. Há juízos políticos, sobre aquilo que envolvem esses comandos e há, evidentemente, depois, manifestações de vontade ou expressões de vontade”, começou por esclarecer Azeredo Lopes, em conversa com jornalistas, à margem da reunião de ministros da Defesa da Aliança Atlântica, que decorre até hoje, em Bruxelas.
O ministro da Defesa assumiu que Portugal expressou a vontade, de “seja lá onde ficar o novo comando do Atlântico”, ser tempo de olhar com mais atenção para a estrutura da STRIKFORNATO [‘Naval Striking and Support Forces NATO’], em Oeiras, que “está perfeitamente virada para o Atlântico e preenche perfeitamente uma vocação de articulação com o futuro comando, ou de um qualquer reforço nas suas capacidades”.
“É bom que tenhamos noção que o comando do Atlântico não envolve milhares de militares. Estamos a falar de uma estrutura de recursos humanos que deve andar em torno de duas dezenas de pessoas, e que garante uma robustez e maior planeamento da organização, agora que o atlântico tem novamente um peso importante, e digo-o com muito contentamento, nas reflexões estratégicas”, sublinhou.
Antes, José Azeredo Lopes já tinha apontado como destaque da reunião ministerial “o consenso generalizado sobre a alteração da estrutura de comandos”, que inclui a criação de um comando no centro da Europa, vocacionado para a mobilidade e a logística, e outro, marítimo, no Atlântico, para a proteção das linhas de comunicação no caso de uma eventual crise.
“O comando do Atlântico diz bastante a Portugal, uma vez que Portugal considera que, se temos defendido desde sempre uma organização realmente a 360º, era tempo de enfrentar as questões e as ameaças provindas do Sul, como também olhar de novo — e é um olhar que é renovado — para o Atlântico”, prosseguiu.
O ministro da Defesa abordou também a possibilidade do país participar numa eventual missão de treino no Iraque, mostrando-se, “em princípio”, favorável “à constituição de uma missão não combatente, com um envolvimento pleno e político dos iraquianos”, e que trabalhe em coordenação “clara” com a coligação internacional “anti-Estado Islâmico”.
“Achamos que, se estes pressupostos estiverem preenchidos, é uma decisão feliz, é uma decisão de capacitação e de segurança”, concluiu.
AMG // PJA
Lusa/fim
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