"Esse é um dos objetivos da nossa visita: estabelecer uma relação entre os produtores e tentar trabalhar em conjunto com a China", disse Filomena Serras Pereira à agência Lusa em Pequim.
A presidente do conselho diretivo do ICA considerou que uma parceria com a China permitirá criar um filme "com outra dimensão".
"É um país com um poder económico e uma escala completamente diferente da nossa", observou.
As receitas do cinema no gigante asiático bateram, em 2015, um novo recorde ao superar 40.000 milhões de yuan (5,34 mil milhões de euros), um aumento de 48%, em comparação com o ano anterior.
A importação de filmes na China é monopólio do Estado e está sujeita a cotas. Normalmente, o país mais populoso do mundo importa apenas 34 filmes por ano, a maioria dos quais norte-americanos.
Neste caso, porém, "a coprodução será considerada chinesa e portuguesa", afirmou Filomena Serras Pereira.
Quase trinta filmes portugueses, entre os quais "Cartas da guerra", "Verdes anos" e "Maria do Mar", estão este mês em exibição em Pequim e Changsha, capital da província de Hunan, no centro do país.
No domingo, cerca de 70 pessoas, a maioria estudantes de cinema, atores e realizadores, assistiram no China Film Archive, na zona oriental de Pequim, ao filme de Francisco Ribeiro "A Canção de Lisboa" (1933).
"Já vim assistir a vários filmes portugueses e gostei muito", afirmou um membro da audiência. "Mas devia haver sempre, por exemplo, todas as semanas um dia dedicado ao cinema português e não apenas durante o festival", sugeriu.
A par das sessões de cinema, a Festa do Cinema Português na China contou com a presença dos realizadores Leonel Vieira e Luís Urbano e dos produtores Maria João Mayer, Alexandre Oliveira e Mariana Branco.
A Festa do Cinema Português na China resulta de um protocolo assinado em 2015 entre o ICA, a Cinemateca Portuguesa e a Cinemateca Chinesa "para divulgação mútua" do cinema dos dois países e para a "aproximação e o conhecimento entre profissionais do setor".
A inauguração, no passado dia 9, contou com a presença do primeiro-ministro António Costa, que efetuou uma visita de cinco dias à China.
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