O chefe de Estado falava na Sala das Bicas do Palácio de Belém, em Lisboa, tendo ao lado o seu homólogo da Letónia, Egils Levits, que hoje recebeu, no início da sua visita de Estado de três dias a Portugal.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou que Portugal tem participado em missões de policiamento aéreo nos países bálticos e compreende a necessidade que têm “de contínua e consistente capacidade de resposta política e militar, com o envolvimento efetivo dos aliados” da NATO.

“Podem contar com Portugal, com as nossas Forças Armadas, com a mesma competência, devoção e eficácia com que têm realizado com orgulho mais do que uma vez a sua missão nos últimos anos”, declarou perante Egils Levits.

No plano bilateral, o Presidente da República referiu que na quinta-feira Portugal e Letónia irão assinar “um memorando e entendimento para aprofundar a cooperação na economia finanças, mas também a pensar na ciência, tecnologia, energia, digital”.

Marcelo Rebelo de Sousa elogiou o “o corajoso povo” da Letónia e o Presidente Egils Levits pela “presença muito inteligente e muito sábia, corajosa, mas ao mesmo tempo muito racional” que tem tido nas reuniões do Grupo de Arraiolos, que reúne presidentes não executivos de países da União Europeia.

Os dois chefes de Estado fizeram declarações à comunicação social, após as quais não houve direito a perguntas.

“Existem óbvios pontos em comum na nossa visão da Europa e do mundo. Primeiro, afirmámos uma vez mais enfaticamente a nossa condenação da brutal agressão russa da Ucrânia, e também dos crimes de guerra e violações da lei internacional e da Carta das Nações Unidas, em particular desde fevereiro de 2022, assim sacrificando o corajoso povo ucraniano”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

“Segundo, confirmámos e partilhámos este ponto de vista: o nosso apoio total diplomático, político, humanitário, militar e financeiro à Ucrânia, se necessário, fortalecendo-o ainda mais”, prosseguiu.

De acordo com o chefe de Estado português, ambos consideram que os próximos meses serão “um período decisivo na guerra, e especialmente na resposta Ucrânia, contraofensivas e recuperação da sua integridade territorial — que é uma pré-condição para a efetiva soberania nacional da Ucrânia e, mais do que isso, para a integração europeia”.

Quanto à integração na União Europeia, “não pensando apenas na Ucrânia ou Moldova, mas nos Balcãs Ocidentais”, o Presidente da República acrescentou que “deve ser preparada, para ser um verdadeiro sucesso”.

Marcelo Rebelo de Sousa realçou o compromisso como de Portugal e Letónia com a União Europeia e a NATO, congratulou-se novamente com a adesão da Finlândia à Aliança Atlântica e reiterou o desejo de que a Suécia se junte aos aliados, “quanto mais depressa, melhor”.

Ainda quanto à invasão russa da Ucrânia, o chefe de Estado atribuiu a Portugal no plano internacional um papel de “envolvimento de outros países e sensibilização para esta guerra global”.

No seu entender, há países que, pela distância, veem esta guerra “como um conflito europeu” e “não compreendem quão importante é ter esta visão global”.

“Falo de países africanos, do Próximo e Médio Oriente e outros países, mas especificamente destas áreas vizinhas em que intervenções russas estão a tentar enfraquecer os flancos Sul e Sudeste da União Europeia e da NATO”, disse.