O documento divulgado hoje, dois dias antes da comemoração do Dia Internacional dos Ciganos, avalia a discriminação dos ciganos em nove países (Bulgária, Croácia, República Checa, Grécia, Hungria, Portugal, Roménia, Eslováquia e Espanha) onde vivem cinco dos seis milhões de ciganos da União Europeia.

O relatório recorre a dados recolhidos através de inquéritos, realizados em 2011 e 2016 junto de 34.000 pessoas, para analisar a evolução em indicadores relativos a condições de vida, educação e desemprego jovem.

No que diz respeito à discriminação sentida pelos ciganos que procuram casa, Portugal obteve o pior resultado nos dois anos e aumentou esta taxa entre 2011 e 2016 (de 67% para 75%). O mesmo aconteceu na República Checa (52% para 65%) e em Espanha (35% para 45%).

O relatório “Uma preocupação persistente: a romafobia é um obstáculo à integração de ciganos” destaca as desigualdades que afetam os ciganos da Europa.

As mulheres ciganas existem. E resistem
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Um em cada três ciganos é vítima de assédio e as condições de vida dos ciganos da UE não se alteraram significativamente entre 2011 e 2016: 80% dos ciganos estão em risco de pobreza, face à média comunitária de 17% e 30% vivem em casas sem água canalizada.

O acesso à água potável está muitas vezes ao nível das populações do Gana ou do Nepal, adianta ainda o documento.

A discriminação sentida na procura de emprego evidencia outro dos grandes desafios que os Roma enfrentam no mercado laboral e sofreu um aumento percentual na Croácia e em Portugal (13 e 18 pontos percentuais, respetivamente).

Em termos da perceção de discriminação no local de trabalho, a taxa aumentou na Grécia, Roménia, Eslováquia e Portugal sendo o país onde mais avançou, passando de 15% para 40%

O assédio devido à origem étnica foi reportado por 94% dos homens ciganos residentes em Portugal, 93% na Grécia e 90% na Croácia.

A taxa de abandono precoce da educação e formação foi também particularmente elevada em Portugal em 2016 (92 % e 90 %, respetivamente).

O número de crianças ciganas integradas em turmas totalmente ciganas, revelador do fenómeno de segregação na educação, aumentou globalmente em todos os países, com destaque para a Bulgária (16% para 29%) e Portugal (3% para 11%).

Em termos de saúde, quase todos os inquiridos em Portugal, Eslováquia e Espanha afirmaram estar cobertos por assistência médica.

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