Mais de 40 ministros dos Negócios Estrangeiros assinaram uma declaração na qual condenam a exportação por parte da Coreia do Norte e a aquisição e utilização por Moscovo destes mísseis balísticos.
Os Estados Unidos já tinham acusado as forças russas de utilizarem este armamento em 20 de dezembro e 2 de janeiro e o Departamento de Estado norte-americano divulgou hoje esta declaração conjunta.
“A transferência destas armas aumenta o sofrimento do povo ucraniano, apoia a guerra de agressão da Rússia e mina o regime global de não proliferação”, denunciaram os países signatários.
Para estes países, a utilização pela Rússia de mísseis balísticos da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte] na Ucrânia também “fornece informações técnicas e militares valiosas” para as forças norte-coreanas, alertaram ainda.
“Estamos profundamente preocupados com as implicações de segurança que esta cooperação tem na Europa, na Península Coreana, em toda a região Indo-Pacífico e em todo o mundo. Os nossos governos estão unidos na oposição resoluta às transferências de armas entre a RPDC e a Rússia”, acrescentaram.
Estes países lembraram também que esta transferência de equipamento militar “viola flagrantemente múltiplas resoluções” do Conselho de Segurança das Nações Unidas que “a própria Rússia apoiou”.
E instaram todos os Estados-membros da ONU, incluindo os membros do Conselho de Segurança, a aliarem-se a esta condenação.
“Enquanto a Rússia lança ondas de mísseis e drones contra o povo ucraniano, continuaremos unidos em apoio à Ucrânia. Apelamos ainda à RPDC para que responda às numerosas e genuínas ofertas de regresso à diplomacia, o único caminho para uma paz duradoura na Península Coreana”, frisaram ainda.
A declaração é assinada pelos chefes da diplomacia dos Estados Unidos, União Europeia, Portugal, Reino Unido, Japão, Coreia do Sul, Canadá, Espanha, Alemanha, Itália, França, Israel e Guatemala, entre outros.
A ofensiva militar russa no território ucraniano causou, de acordo com dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e fez nos últimos 22 meses um elevado número de vítimas, não só militares como também civis, impossíveis de contabilizar enquanto o conflito decorrer.
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
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