Num comunicado hoje divulgado pelo ministério dos Negócios Estrangeiros, "face à escalada do número de casos de covid-19 na Índia, que nos últimos três dias alcançou 1 milhão de infetados, Portugal já manifestou a sua disponibilidade para contribuir de forma solidária, no plano bilateral e no quadro da União Europeia, designadamente através do Centro de Coordenação de Resposta a Emergências (ERCC), para os esforços da comunidade internacional em resposta ao pedido de apoio do Governo indiano".

Concretamente, "Portugal enviará para a Índia medicamentos antivirais, bem como oxigénio, estando a ser avaliada no quadro da União Europeia a
forma mais expedita de transportar este material para o seu destino", pode ler-se.

"Ao mesmo tempo, no plano europeu e na qualidade de Presidência do Conselho da União Europeia, Portugal continuará a desenvolver proativamente diligências no sentido de mobilizar apoio político e garantir a liderança da União Europeia neste processo", acrescenta.

Já esta segunda-feira o ministro Augusto Santos Silva tinha dito que esta resposta estava a ser preparada, anunciando que Portugal ia mobilizar a Proteção Civil e meios dos ministérios da Saúde e dos Negócios Estrangeiros para apoiar a Índia, através da União Europeia (UE), devido à grave situação pandémica no país.

“Nós estamos neste momento a organizar, no âmbito da União Europeia, uma resposta de apoio à Índia”, declarou Augusto Santos Silva, durante uma conferência de imprensa para apresentar o programa de comemorações do Dia Mundial da Língua Portuguesa.

Segundo Santos Silva, “a Índia pediu a mobilização do mecanismo europeu de proteção civil em apoio à situação pandémica que vive e que, de facto, é bastante grave”.

“O mecanismo europeu de proteção civil está a contactar os diferentes Estados-membros para construir esta resposta e Portugal entrará na construção desta resposta através dos mecanismos habituais.

“No caso [de Portugal], isso significa a mobilização da nossa Autoridade Nacional de Proteção Civil, de meios do Ministério da Saúde e também dos meios necessários do Ministério dos Negócios Estrangeiros”, acrescentou.

A Índia soma recordes mundiais de novos casos por dia, acima dos 340 mil, e debate-se com falta de oxigénio e de recursos para combater a doença.

Com uma população de 1,3 mil milhões de habitantes, a Índia está a braços com um surto devastador, batendo recordes de mortes e contágios há cinco dias consecutivos, e levando vários países a oferecerem ajuda ao gigante asiático.

No domingo, o Governo britânico anunciou que enviou mais de 600 peças de equipamento médico de emergência, incluindo respiradores.

No mesmo dia, os Estados Unidos decidiram enviar recursos médicos e matérias-primas para fabricar vacinas na Índia, retribuindo a ajuda que receberam daquele país no início da pandemia.

O chefe do Governo de Nova Deli, Arvind Kejriwal, anunciou no domingo o prolongamento do confinamento por uma semana da cidade de 20 milhões de habitantes, a mais afetada pela nova vaga.

Desde o início da pandemia, a Índia acumulou 195.123 óbitos e 17.313.163 infeções, sendo o segundo país do mundo com mais casos, atrás dos Estados Unidos, e o quarto com mais óbitos, depois de EUA, Brasil e México. O país tem atualmente 2.813.658 casos ativos, segundo o Ministério da Saúde indiano.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos 3.109.991 mortos no mundo, resultantes de mais de 147.040.880 de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.