“Neste momento já só há três países que resistem e sobretudo por questões que têm a ver com a sua própria transição energética”, disse António Costa, em declarações aos jornalistas, à entrada para a reunião do Conselho Europeu, lembrando que Portugal foi o primeiro país do mundo a fixar este objetivo de neutralidade carbónica em 2050.
“Portugal tem a vantagem de ter começado a fazer a sua transição energética muito cedo – hoje, 54% da nossa eletricidade tem origem em fontes renováveis e por isso é com confiança que podemos assumir a decisão de em 2021 encerrarmos a central a carvão do Pego, em 2023 a de Sines e chegarmos a 2030 com 80% da nossa eletricidade com origem nas energias renováveis”, salientou.
Costa desejou que, ainda hoje, “a União Europeia (UE) honre aquilo que é o seu dever para com a humanidade, assumindo um compromisso de atingir a neutralidade carbónica em 2050”, ficando “em linha com a estratégia traçada por Portugal: “Fomos o primeiro a aprovar um roteiro de medidas concretas para alcançar este objetivo e tenho esperança que hoje à tarde se consigam vencer as últimas resistências e que, no seu conjunto, a UE possa assumir este compromisso”.
Concretamente para Portugal, Costa referiu a necessidade de investir na floresta para a absorção do dióxido de carbono e também na gestão da água, salientando que a energia solar é um dos grandes potenciais nacionais.
“Há custos que temos e que os outros países também têm e a UE tem que os encarar de uma forma global e não centrada exclusivamente nos que são produtores e principais consumidores de carvão.
Os líderes da UE devem chegar hoje a acordo sobre os pontos principais da estratégia climática que irá apresentar na Convenção da ONU, no início de 2020.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vai apresentar hoje aos líderes da UE o Pacto Ecológico Europeu, cujo objetivo é exatamente chegar à neutralidade carbónica em 2050 e aumentar as metas que tinham já sido estabelecidas para 2030 (de 50% para 55% de fontes renováveis).
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