Em comunicado, o movimento "Portugal não pode esperar" - que tem hoje o primeiro jantar dos membros da comissão executiva, na capital - explica que "quer assim contribuir para o debate democrático interno, sem se pronunciar sobre a liderança nacional do partido ou sobre as dinâmicas internas do PSD" porque "tem o único propósito de refletir sobre o país e sobre o caminho" a seguir.

Em declarações à agência Lusa, o ex-líder da JSD Pedro Rodrigues, um dos membros da comissão executiva do grupo, assegurou que "não se trata de qualquer movimento de oposição interna" uma vez que surge "com o objetivo de discutir políticas e não pessoas", com o objetivo de conseguir "um partido mais forte".

Segundo Pedro Rodrigues, numa altura em que o "PS está a radicalizar-se", o PSD tem que fazer "uma oposição muito firme" e "conquistar o centro político", considerando que o partido tem que "voltar a recentrar-se".

"Numa altura em que o país precisa de alternativas, que foi feito refém de uma solução do PS,BE,PCP que não escolheu, é fundamental que o PSD devolva a esperança aos portugueses. É esse o papel natural do PSD e essa responsabilidade é dos órgãos do partido mas também dos seus militantes", refere o comunicado do movimento.

Como "militantes responsáveis e preocupados", os fundadores do movimento consideram que não se podem remeter ao silêncio e não podem "assistir passivamente aos erros do Governo aguardando que a geringonça destrua a esperança aos portugueses".

"É altura de agir, pois Portugal não pode esperar. É com este espírito que nasce dentro do PSD o movimento Portugal não pode esperar", justificam.

Segundo os fundadores, o movimento conta com cerca de 45 pessoas, estando aberto a todos os militantes do PSD, sendo composto por autarcas, presidentes de comissões políticas de concelhia, atuais e antigos dirigentes nacionais da JSD e do PSD, atuais e antigos deputados e ex-membros do governo.

"Procuraremos assumidamente contribuir para suscitar e desenvolver a discussão política no nosso partido com o propósito de fortalecer o PSD e recolocar-nos como o partido liderante no panorama político nacional", referem.

Segundo o texto fundador do movimento, "o PSD sempre foi um partido livre" e "o partido da diferença que sempre construiu a sua unidade na diversidade e não na unicidade".

Depois do lançamento de hoje, o movimento vai realizar um jantar por mês alternando entre todos os distritos do país e Regiões Autónomas, convidando personalidades de cada região a participar.

Em simultâneo, a área de estudos políticos realizará também eventos mensais, dos quais sairão documentos.

"Até setembro de 2017 serão ainda organizadas três conferências sobre três temas a definir pela comissão executiva, e em outubro de 2017 será publicado um livro com a síntese das principais políticas defendidas pelo grupo", calendarizam.