“O nosso interesse é que os Estados Unidos compreendam plenamente que a base das Lajes é recurso estratégico fundamental, quer para os Estados Unidos, quer no âmbito da nossa relação bilateral, quer no âmbito mais geral da importância do Atlântico Norte para a paz no mundo”, disse hoje Augusto Santos Silva, à entrada de um almoço-conferência da Associação de Amizade Portugal/EUA, em Lisboa.

O ministro referiu que as relações entre Portugal e os Estados Unidos “são longas e excelentes”.

Lisboa e Washington têm “vários dossiês em cima da mesa”, nomeadamente o reforço da cooperação em áreas como a energia, ciência e tecnologia, o incremento das relações económicas e a “resolução satisfatória do dossiê da base das Lajes”, ou seja, que “as partes cheguem a um resultado que seja vantajoso para ambas as partes”.

Santos Silva destacou que as relações políticas entre os dois países “são excelentes”, exemplificando com o apoio dos Estados Unidos à eleição de António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas.

“Os Estados unidos sabem que Portugal é um aliado histórico, fiável, cooperativo. Portugal também não tem nenhuma dúvida sobre a importância do laço transatlântico para a nossa política externa e para a nossa defesa”, sustentou.

Os Estados Unidos anunciaram no início de 2015 a redução de efetivos na base das Lajes.

Questionado sobre a passagem de uma força naval russa ao largo de Portugal, a caminho da Síria, Santos Silva afirmou que essa deslocação decorre “em cumprimento das disposições legais” e que Portugal “acompanha essa travessia por território sob jurisdição nacional com os meios de defesa” nacionais.

Questionado sobre os bombardeamentos em Alepo, na Síria, o chefe da diplomacia portuguesa disse acompanhar a posição da União Europeia.

“Condenamos veementemente os ataques a Alepo, designadamente os que configuram o desrespeito pela legislação internacional, porque não se pode atacar hospitais ou instalações sanitárias”, afirmou.

O ministro defendeu que “a única solução possível para a Síria é uma solução política duradoura” e apelou para o “cumprimento do acordo de cessação de hostilidades e à retoma do diálogo político em Viena”.

Nas declarações a jornalistas, Santos Silva confirmou a disponibilidade de Portugal para acolher 470 refugiados yazidi, oriundos do Iraque e que se encontram num campo de refugiados na Grécia, como avançou hoje o Diário de Notícias.

O governante admitiu que “há dificuldades que é preciso superar, porque a regra da colocação tem de ser uma regra que não discrimine por razões religiosas”.

A Grécia tem alegado que, segundo as regras europeias para a recolocação, estão proibidos critérios "discriminatórios" na seleção dos refugiados - não se podem escolher segundo etnias ou religiões - e que as prioridades são as situações de maior vulnerabilidade, de acordo com o DN.

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