Este plano foi aprovado hoje na primeira reunião da comissão, de caráter interministerial, que tem por missão identificar os problemas e acompanhar a evolução da atual situação da seca em Portugal continental.
Na conferência de imprensa realizada após esta reunião, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, adiantou que 16 albufeiras portuguesas estão a menos de 40% da sua capacidade, enquanto no final do mês passado eram 14 nesta situação.
Na reunião da comissão que acompanha a situação da seca participaram os ministros do Ambiente, da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, do Mar, Ana Paula Vitorino, e o ministro-Adjunto, Eduardo Cabrita.
O ministro do Ambiente adiantou que a situação de seca é preocupante e heterógena, tendo em conta que há bacias hidrográficas, nomeadamente no norte litoral do país, que não têm qualquer problema e têm um nível de armazenamento de água superior ao que é comum nesta época do ano.
No entanto, sublinhou, que o problema coloca-se no sul do país, sendo a situação “particularmente preocupante” na bacia hidrográfica do Sado.
“Sendo uma situação preocupante, é uma preocupação com solução”, sustentou o ministro do Ambiente, avançando que ainda se está “em tempo de tomar um conjunto de medidas“.
Apesar desta preocupação, João Matos Fernandes garantiu que o consumo de água “está absolutamente salvaguardado”, passando, com este plano hoje aprovado, “a ficar claro a hierarquia de usos” da água.
Depois do consumo humano de água, o segundo uso mais relevante é dar de beber aos animais, seguido das regas agrícolas e das lavagens urbanas, fontanários e viaturas.
O ministro afirmou também que o preço da água não vai aumentar, sublinhando que o valor que as pessoas vão pagar aos municípios vai ser o mesmo ao longo deste verão e dos seguintes.
Na conferência de imprensa, o governante afirmou igualmente que a única despesa que está a ser feita para dar resposta a este fenómeno da seca é a contratação, que ronda o meio milhão de euros, de uma espécie de pré-reserva para camiões cisterna para levar água aos sistemas mais isolados onde este problema se pode colocar.
Segundo João Matos Fernandes, estes camiões cisterna ainda não foram utilizados e podem não ser necessários.
O governante disse ainda que este é o pior ano desde 1995, referindo-se à disponibilidade real da água e não à questão de chover mais ou menos.
“É de facto menos complicado, as reservas de água que hoje existem e não existiam em 1995 fazem com que este ano seja muito menos preocupante do que 1995”, afirmou, destacando que para tal contribui o Alqueva.
[Notícia atualizada às 15:30]
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