"A sua presença e intervenção nesta sessão solene de boas-vindas simboliza o muito que Portugal e Angola, os portugueses e angolanos, têm em comum e o que podemos fazer mais pelo estreitamento desta relação de países amigos e irmãos”, disse Ferro Rodrigues, num discurso na sessão solene, na sala das sessões do parlamento português, saudando João Lourenço pela “coragem e determinação em afirmar em Angola um Estado democrático de direito".
Ferro Rodrigues afirmou ainda que "o que torna singular a amizade luso-angolana é a sua profundidade e extensão - a sua fonte são os laços de afeto e de solidariedade que unem os dois povos".
"A independência de Angola e o fim do colonialismo português puseram o nosso relacionamento numa nova base: a da igualdade e do respeito mútuo. Portugal democratizou-se, desenvolveu-se e descolonizou", continuou, classificando a Revolução do 25 de Abril de 1974 como "momento fundador".
O presidente da Assembleia da República referiu também "o apoio de Angola à candidatura de António Guterres a secretário-geral das Nações Unidas e de António Vitorino à Organização Internacional das Migrações", acrescentando existir "muito onde" ambas as nações podem e devem "trabalhar em conjunto, como parceiros ativos da comunidade internacional", sem esquecer as ligações bilaterais em termos comerciais.
O presidente do parlamento português lembrou igualmente que estão 135 mil portugueses a viver e trabalhar em Angola, "constituindo família e construindo o futuro" e que há "cerca de 17 mil angolanos que estudam e trabalham em Portugal, assim enriquecendo" o "tecido social e cultural" do país.
Sobre a língua portuguesa, Ferro Rodrigues afirmou que a "literatura de Agostinho Neto, de José Luandino Vieira (Prémio Camões em 2006), de José Eduardo Agualusa, de Pepetela, mas também a que circula nos meios de comunicação social, faz com que as sete horas de voo de Lisboa a Luanda sejam segundos na Internet".
"Hoje, a CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa] é uma realidade reconhecida pela comunidade internacional. Tem uma capacidade multiplicadora que é do nosso interesse promover: a de nos projetar na comunidade internacional, com uma voz e interesses próprios. Podemos fazê-lo a nível dos Governos, mas devemos também fazê-lo entre parlamentos", disse, reiterando "pleno apoio a que Luanda seja a sede do Secretariado da Assembleia Parlamentar da CPLP".
O presidente da Assembleia da República desejou ainda que "o Programa Estratégico de Cooperação, assinado em setembro e que tem como horizonte temporal 2022, seja coroado de êxito", assim como o "Programa de Cooperação com a Assembleia Nacional de Angola", que vigora até ao final de 2018.
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