Foi com elogios ao Governo português que as 152 pessoas com passaporte português desembarcaram esta manhã em Lisboa. Recebidos pelo Ministro Gomes Cravinho elogiaram a forma como as autoridades portuguesas geriram o repatriamento dos portugueses e luso-israelitas que fogem ao conflito entre Israel e movimentos armados palestinianos. Segundo Gomes Cravinho, há “ainda mais cerca de 2.000 portugueses” que estão nas listas consulares, “contudo esses, por enquanto, não manifestaram vontade de regressar a Portugal”.

Este grupo pode respirar de alívio, contudo de Israel chegou a confirmação da morte da segunda luso-israelita que se encontrava desaparecida desde o ataque do Hamas ao festival. Dorin Atias tinha 22 anos e foi encontrada morta esta quarta-feira. A informação foi confirmada ao correspondente da SIC no Médio Oriente, Henrique Cymerman, pela mãe da jovem.

Marcelo Rebelo de Sousa lamentou o trágico final da vida destas jovens. "Acrescento o meu pesar pela notícia de duas cidadãs portuguesas mortas e por outras que estão desaparecidas", disse o presidente aos jornalistas, esta quarta-feira, justificando a sua posição sobre o conflito em concordância com o governo. Em comunicado havia já reafirmado "a condenação aos ataques contra civis e apela ao respeito pelas resoluções das Nações Unidas e ao estabelecimento da Paz".

Não obstante a posição oficial tomada pelo Governo português, e reafirmada pelo Presidente da República, de apoio a Israel, dezenas de pessoas manifestaram-se ontem em Lisboa apoio à "resistência palestiniana contra a colonização de Israel", como resumiu em declarações à Lusa Shahd Wadi, membro do Coletivo pela Libertação da Palestina, que organizou o protesto. Um dia depois, mais a norte, no Porto, a sinagoga do Porto foi vandalizada com inscrições “Libertem a Palestina” no muro e no portão, na sequência do conflito entre Israel e o movimento palestiniano Hamas, adiantou hoje a Comunidade Israelita do Porto (CIP). O que apressou as autoridades a tomar medidas preventivas, a PSP reforçou a segurança junto de estruturas israelitas em Portugal, como a embaixada e sinagogas, na sequência do conflito armado entre Israel e o movimento islamita Hamas, indicou hoje à Lusa aquela polícia.

Em Israel os ataques continuam e hoje também o território norte do país ficou ameaçado. As forças armadas israelitas afirmaram que "aeronaves hostis" entraram no país a partir do Líbano, fazendo soar sirenes em todo o norte de Israel, bem como nos arredores de Haifa, e apelando aos cidadãos para se abrigarem. Perante a escalada militar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o líder da oposição israelita, Benny Gantz, concordaram hoje formar um governo de unidade nacional de emergência e um gabinete de guerra, indica uma declaração oficial conjunta.

Em Israel já morreram 1200 pessoas fruto do ataque do grupo militar terrorista Hamas, e mais de 1100 morreram em Gaza na sequência dos ataques aéreos de retaliação de Israel, tudo indica que o exército Israelita se prepara também para entrar no terreno. "Um grande número de tropas já se reuniu no sul de Israel. Junto com um grande número de tanques e outros veículos blindados", avançou um correspondente da BBC.

*Com Lusa