Em intervenções separadas, o chefe de Estado fez hoje uma declaração sobre o assunto na Presidência da República, na Praia, anunciando já ter conversado com os presidentes das câmaras de São Filipe (Fogo) e Brava, “para ter uma primeira avaliação dos estragos”.

“Em São Filipe, os estragos são grandes e há muitas famílias afetadas”, referiu, assinalando que a cidade ficou “completamente esventrada”, fruto da força das águas, que escorreram pelas encostas abaixo até ao mar.

A ilha tem declives acentuados: acolhe o Pico do Fogo, montanha mais alta de Cabo Verde (2.829 metros), um vulcão que expeliu lava pela última vez em 2014.

“Há necessidade de mobilização de recursos de emergência”, sobretudo “para famílias sem abrigo ou que vivem em habitações muito precárias”, mas também para avançarem os trabalhos da autarquia, para repor a normalidade, disse o Presidente.

“Os estragos na Brava são de menor monta, mas também exigem atenção particular das autoridades”, acrescentou.

Entretanto, questionado hoje por jornalistas, o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva disse que o Governo está comprometido em apoiar as zonas afetadas.

Segundo referiu, a ministra das Infraestruturas vai viajar até à ilha do Fogo, enquanto “uma equipa já está no terreno para fazer um levantamento” e obter “dados seguros” dos prejuízos.

Os levantamentos decorrem, mas Nuías Silva, presidente da Câmara de São Filipe, principal município da ilha do Fogo, pediu na quinta-feira que fosse declarado “estado de contingência” para fazer face a elevados danos em estradas e outras vias públicas, além de danos em habitações.

Segundo referiu, a ilha tem sido afetada por chuva forte provocada por sistemas de baixas pressões a 16 de julho, 29 de agosto e na última quinta-feira.

O município tem cerca de 21 mil habitantes, o que corresponde a cerca de 60% da população da ilha.

O arquipélago de Cabo Verde vive sazonalmente, entre julho e outubro, a época das chuvas, em que fica exposta a sistemas de baixas pressões.