"Seria preciso mesmo um grande azar para aquilo que está previsto hoje não acontecesse amanhã", assegurou António Costa, falando no debate quinzenal no parlamento.

E insistiu: "salvo uma falha informática, uma falha de energia ou um problema dessa natureza, sim, amanhã [quinta-feira] abre o prazo para os trabalhadores que se encontrem em situação precária no Estado poderem requerer a avaliação da sua situação e iniciar o seu processo de integração nos quadros do Estado".

Antes, Catarina Martins, coordenadora do BE, tinha lamentado os "atrasos" neste processo e definido como "importante" garantir o prazo pela "expectativa de cada um e cada uma destes trabalhadores" precários.

"Nunca ficamos contentes com o que está feito quando sabemos que ainda temos um caminho tão grande por fazer. Ainda bem que o processo começa amanhã [quinta-feira]", prosseguiu, lamentando posteriormente que os professores não integrem este processo.

Depois, a líder do BE falou sobre a greve dos médicos, que decorre entre hoje e quinta-feira, criticando a ausência de respostas do Governo, seja por via do primeiro-ministro ou do ministro da Saúde.

"O ministro não tem falado, o Governo não tem falado e não falaremos até à conclusão da greve", disse António Costa, garantindo que, "terminada a greve", o executivo falará.

De todo o modo, o chefe do Governo valorizou as contratações feitas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e lembrou que houve "várias necessidades" desde que tomou posse na administração pública, nomeadamente na reposição de vencimentos e alteração do horário de trabalho semanal.

"Há uma pressão global sobre as finanças que temos de gerir e ir compatibilizando isso com as necessidades específicas em cada setor", declarou António Costa.

Catarina Martins lembrou que os Orçamentos do Estado "são escolhas, como tudo na política", e lamentou a "escolha clara de contrair a despesa para conseguir metas do défice muito além daquelas que tinham até sido previstas pelo Governo no primeiro momento em que fez o OE" de 2016.

"O BE tem participado, feito propostas, colaborado para um caminho que pare o empobrecimento em Portugal", prosseguiu a coordenadora bloquista.

Catarina Martins lançou ainda farpas a PSD e CDS-PP, advogando que "a realidade todos os dias tira o tapete à direita", nomeadamente na criação de emprego e no aumento do salário mínimo nacional.