"Assumo a responsabilidade total" por esta catástrofe, afirmou o general Amirali Hajizadeh, numa declaração transmitida pela televisão, adiantando que "preferia ter morrido do que assistir a tal acidente".

O operador do míssil que abateu o Boeing ucraniano em Teerão abriu fogo sem poder obter a confirmação de uma ordem de tiro devido a uma "interferência" nas telecomunicações, disse o general iraniano.

O soldado confundiu o avião com um "míssil de cruzeiro" e teve "10 segundos" para decidir, declarou o general.
As 176 pessoas que seguiam a bordo do avião ucraniano morreram.

As forças armadas iranianas afirmaram que confundiram o avião de passageiros ucraniano com um alvo hostil momentos depois do ataque do Irão com mísseis balísticos contra duas bases militares no Iraque que albergavam tropas norte-americanas.

Até aqui, o Irão tinha negado que um míssil fosse responsável pelo acidente. Mas os Estados Unidos e o Canadá afirmaram, citando informações dos respetivos serviços de segurança, que o acidente foi causado por um míssil iraniano.

O Presidente do Irão já afirmou que o país "lamentava profundamente" ter abatido um avião civil ucraniano, sublinhando tratar-se de "uma grande tragédia e um erro imperdoável".

"O inquérito interno das forças armadas concluiu que lamentavelmente mísseis lançados por engano provocaram a queda do avião ucraniano e a morte de 176 inocentes", admitiu Hassan Rohani, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.

"As investigações continuam para identificar e levar à justiça" os responsáveis, acrescentou.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano apresentou "as desculpas" do país pela catástrofe do Boeing 737 da companhia Ukrainian Airlines, depois de as forças armadas terem igualmente reconhecido que o avião foi abatido por erro.

"Dia triste", escreveu Mohammmad Javad Zarif no Twitter. Um "erro humano em tempos de crise causada pelo aventureirismo norte-americano levaram ao desastre, acrescentou.

"O nosso profundo arrependimento, desculpa e condolências ao nosso povo, às famílias das vítimas e às outras nações afetadas" pelo drama, disse o ministro

O avião, um Boeing 737 da companhia aérea Ukrainian International Airlines, descolou de Teerão, com destino a Kiev, despenhando-se dois minutos após a descolagem nos arredores da capital iraniana.

O acidente ocorreu horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.

O aparelho, com destino a Kiev, transportava 167 passageiros e nove tripulantes de várias nacionalidades, incluindo 82 iranianos, 11 ucranianos, dez suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos.

Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros canadiano reviu em baixa que o número de vítimas do país, que passou de 63 para 57, após uma “análise aos documentos de viagem das vítimas”.

No entanto, o número total de passageiros que tinham como destino final o Canadá mantém-se em 138, disse François-Philippe Champagne, em conferência de imprensa.

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