António Costa avançou com este dado na segunda ronda do debate bimestral sobre política geral, no parlamento, depois de uma intervenção em que o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, criticou as oposições por terem procurado "ignorar" os resultados das cimeiras do Porto, a social e com a Índia, procurando ofuscá-las com a situação epidemiológica da covid-19 em Odemira.
Na resposta, o primeiro-ministro de Portugal, país que preside ao Conselho da União Europeia até junho, congratulou-se com o avanço do processo de ratificação do aumento de recursos próprios da Comissão Europeia, considerando que se está próximo da "unanimidade" por parte dos Estados-membros.
Neste contexto, António Costa disse ser possível manter o calendário de ter o primeiro conjunto de planos nacionais de recuperação e resiliência aprovados até junho, assim como o objetivo de a Comissão Europeia se financiar antes das férias de verão dos mercados.
Perante os deputados, reiterou que o objetivo da presidência portuguesa foi "colocar as políticas sociais" no centro da ação da União Europeia e classificou como fundamental no plano geoestratégico e económico a cimeira realizada com a Índia no passado sábado, no Porto.
"Temos de combater uma ideia de mundo bipolar. A Índia é a maior democracia do mundo", argumentou o líder do executivo.
Na sua intervenção, o secretário-geral adjunto do PS defendeu que Cimeira Social, na sexta-feira, e as perspetivas de acordo com a Índia "gravam no futuro da Europa uma nova abordagem ao contrato social e à visão estratégia da União Europeia na sua relação com o mundo".
"Sei bem que o combate à pandemia, a campanha de vacinação em curso e a proteção do emprego e dos rendimentos das famílias e das empresas ocupam o essencial dos esforços do Governo, da sociedade e das suas instituições. Mas, há momentos, e não devemos temer as palavras, que pelo seu significado e alcance históricos merecem ser sublinhados. Refiro-me aos resultados alcançados pela presidência portuguesa da União Europeia na Cimeira Social do Porto e na Cimeira digital UE/Índia", referiu.
Para José Luís Carneiro, a Cimeira Social do Porto "poderá vir a estar para os desafios estratégicos da transição digital e das alterações climáticas como outrora estiveram o Ato Único e o Tratado da União Europeia para a política de coesão económica e social".
"O compromisso estabelecido no Porto significa que a União Europeia, independentemente das respostas de cada um dos Estados-membros, assumiu metas comuns relativas à proteção social e ao emprego: 78% de taxa de emprego; 60% de trabalhadores em ações de formação profissional anualmente e a redução em 15 milhões de pessoas em risco de pobreza ou de exclusão, entre elas cinco milhões de crianças", acrescentou.
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