“Na semana passada tivemos um diálogo de alto nível sobre comércio e investimento e, basicamente, […] destinava-se a preparar a reunião de líderes, pelo que a Cimeira UE-Índia servirá para fazer o ponto da situação da nossa agenda comercial e decidir sobre os próximos passos”, afirma Valdis Dombrovskis em entrevista à agência Lusa, em Bruxelas.
Em causa está a cimeira promovida pela presidência portuguesa da UE no próximo sábado, na qual estará em cima da mesa um reforço da parceria entre os dois blocos, de acordo com o responsável no executivo comunitário pelas pastas de “Uma economia ao serviço das pessoas” e do Comércio.
“Aguardamos certamente com expectativa a intensificação da nossa cooperação, das nossas relações com a Índia, que também diz respeito a áreas como o comércio, como o investimento, mas também a outras áreas políticas”, elenca Valdis Dombrovskis na entrevista à Lusa.
A UE e a Índia são importantes parceiros comerciais e há vários anos que os dois blocos mantêm contacto permanente e tentam negociar um acordo de comércio livre e de investimento.
Paradas desde 2013, as negociações são atualmente consideradas vitais para responder à ascensão económica da China.
Portugal estabeleceu como uma das suas prioridades para a presidência rotativa da UE a diversificação das relações com os parceiros do Indo-Pacífico, nomeadamente com a Índia, e organiza, no próximo sábado, uma cimeira informal que irá juntar os líderes dos 27 e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
Devido à pandemia de covid-19, Narendra Modi irá reunir-se por videoconferência com os líderes europeus que estarão reunidos no Porto, numa reunião que “reflete a ambição” de ambas as partes “de aprofundar ainda mais” a sua parceria, de acordo com uma nota divulgada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano.
Nesta Cimeira UE-Índia, o Governo espera “fortalecer o diálogo estratégico entre os dois maiores espaços democráticos do mundo, relançar o comércio e o investimento e aprofundar a cooperação entre a União Europeia e a Índia em áreas decisivas como o digital, a conectividade, a saúde e a ação climática”.
O Conselho da UE, presidido por Portugal, adotou em meados de abril conclusões sobre a estratégia para a cooperação com a região do Indo-Pacífico, defendendo estabilidade e um ambiente “aberto e justo” para o comércio e investimento.
Numa nota divulgada na altura, a estrutura em que estão representados os Estados-membros defendeu “uma ordem internacional baseada em regras e em igualdade de condições, bem como um ambiente aberto e justo para o comércio e o investimento e reciprocidade”.
Para tal, “continua a ser crucial a existência de rotas de abastecimento marítimo livres e abertas, em plena conformidade com o direito internacional”, de acordo com o Conselho da UE.
Até setembro próximo, o alto representante para a Política Externa da UE, Josep Borrell, e a Comissão Europeia têm de apresentar uma comunicação conjunta sobre a cooperação com o Indo-Pacífico.
[Ana Matos Neves, da Agência Lusa]
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