“Claro que temos de cumprir as restrições sanitárias, mas isso implica muitas limitações e não gosto da ideia de estarmos a viver sucessivos estados de emergência, revalidados a cada 15 dias pelo Parlamento. Não é bom banalizar o estado de emergência”, destacou a ex-eurodeputada.

Ana Gomes falava durante uma visita que está a realizar hoje a empresas e instituições no concelho de Chaves, no distrito de Vila Real.

A candidata às presidenciais frisou também que “há muito tempo” que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, devia ter tido a iniciativa de pedir ao Parlamento para elaborar uma lei de emergência sanitária “que desse respaldo legal às medidas que o Governo tem que impor”.

E acrescentou que esta iniciativa podia também já ter sido pedida pelo Governo.

Para a diplomata é “particularmente importante” em altura de campanha eleitoral não banalizar o estado de emergência, explicando que a pandemia de covid-19 não a está a impedir de visitar todo o país, visitando empresas e instituições “cumprindo todas as regras”.

Mas ressalvou, no entanto, que tem implicações a nível de sessões de esclarecimento.

“Há alguma coisa que posso fazer 'online' mas não chego às mesmas pessoas, que eram as que mais precisariam de ser ouvidas, as que estão infoexcluídas por exemplo”, apontou.

A ex-eurodeputada realçou ainda que os meios de comunicação social não estão a “dar atenção à campanha” para as eleições presidenciais de 24 de janeiro.

“Há um candidato que está sempre em alta nos ‘media’, o atual Presidente que se recandidata e que esteve sempre em campanha mesmo antes de a declarar. A minha campanha não está a ser seguida pelos ‘media’ a nível nacional, mas tenho tido a oportunidade de falar com media locais”, salientou.

Ana Gomes referiu também uma que existe “estratégia de desvalorização das presidenciais que é democraticamente muito errada”.

“Sobretudo quando a campanha está a ser aproveitada por forças antidemocráticas que querem promover a sua agenda de destruição da democracia. Tudo o que serve para desvalorizar a campanha do meu ponto de vista é negativo para a democracia”, alertou.

Ainda sobre a sua candidatura às presidenciais, Ana Gomes apontou “aspetos ridículos” como o “processo louco, insano e obsoleto” de recolha de assinaturas e das certidões nas juntas de freguesia.

“É um processo ridículo e burocrático que duplica os dados na base de dados do MAI [Ministério da Administração Interna] e não tem justificação a não ser num país que está muito desorganizado em aspetos administrativos fundamentais”, referiu.

A candidata presidencial garantiu ainda que as assinaturas recolhidas para a sua candidatura já são “mais que as necessárias” e que está a ser feito “um grande esforço” para recolher as certidões nas juntas de freguesias que estão “condicionadas pela pandemia” de forma a “apresentar tudo na próxima semana, antes do prazo”.

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