António Costa assumiu esta posição em conferência de imprensa no final da reunião da Comissão Nacional do PS, que aprovou por larga maioria uma moção de orientação que defende a liberdade de voto em relação a todos os candidatos presidenciais do campo democrático, elogia o mandato de Marcelo Rebelo de Sousa e destaca a candidatura da ex-eurodeputada socialista Ana Gomes.

Durante a reunião da Comissão Nacional do PS, dirigentes como o atual ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que vai apoiar Ana Gomes, criticaram a gestão que a direção socialista fez do processo das eleições presidenciais e demarcou-se em alguns pontos das linhas de orientação constantes na moção aprovada.

Segundo fontes socialistas, no final da intervenção de Pedro Nuno Santos, António Costa, sem se referir a esse discurso do antigo líder da JS e da Federação de Aveiro, perguntou ao presidente da mesa da Comissão Nacional do PS, Carlos César, se tinha sido apresentada alguma proposta alternativa à moção que partiu da direção, o que não aconteceu.

Na conferência de imprensa, confrontado com estas críticas à direção do seu partido, o líder socialista contrapôs que “o PS teve esta reunião [da Comissão Nacional] no momento próprio”.

E argumentou: “Se o PS tem o entendimento, como sempre teve, que não cabe aos partidos apresentarem candidatos, mas pronunciar-se sobre as candidaturas que emergem na sociedade, teria então sido estranho se o partido não tivesse dado tempo para quem surgisse como candidato, de forma a que pudéssemos avaliar o quadro de candidaturas em presença”.

De acordo com António Costa, o PS definiu a sua linha em eleição às eleições presidenciais “a pouco tempo do final da apresentação de candidaturas”.

“Portanto, creio que já não é previsível que na área da esquerda democrática possam emergir mais candidaturas que justifiquem uma reapreciação pelo PS da posição agora tomada. O facto de ter sido concedido todo o tempo necessário para que pudessem emergir candidaturas permitiu ao PS tomar a decisão no momento próprio”, insistiu o líder socialista.

Neste ponto, António Costa salientou mesmo “que nem sequer o atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ainda anunciou ao país se vai recandidatar-se” às eleições de janeiro próximo.

“Portanto, há ainda muito para esclarecer sobre eleições presidenciais”, acrescentou.