De acordo com o semanário Journal du Dimanche (JDD), desde 2012 que Fillon manda fazer os seus fatos no alfaiate Arnys, famoso por vestir os ricos e famosos. A roupa foi depois paga de duas formas: 35.500 euros em dinheiro, entregue por uma jovem mulher na própria loja, e o restante em cheques.

A loja Arnys, na margem esquerda do Sena, ficou famosa por vestir personalidades como Andy Warhol e Yves Saint Laurent.

Uma encomenda de dois fatos entregue no início de fevereiro foi paga precisamente por cheque, assinado por um “amigo generoso” que pediu ao jornal para não ser identificado.

“Paguei a pedido de François Fillon”, disse ao JDD o signatário do cheque, que acrescentou: “Já agora, sem ter recebido o mais pequeno agradecimento desde então”.

O porta-voz de Fillon, Luc Chatel, reagiu de forma violenta à notícia do JDD, afirmando que faz parte da “campanha de esgoto” contra o candidato.

“Até que ponto vão levar isto?”, questionou Luc Chatel. A primeira volta das eleições presidenciais francesas decorre dentro de seis semanas.

Na quarta-feira, Fillon, de 63 anos, responde na justiça pelas acusações de ter criado empregos fictícios para a mulher e os filhos.

“Vão também questionar sobre se a sua avó contraiu um empréstimo na Rússia, e se o declarou na sua declaração de ativos?”, atirou Chatel na rádio pública francesa.

Um dos elementos próximos de Fillon confirmou, entretanto, que um dos seus amigos lhe deu de presente dois fatos Arnys em fevereiro, acrescentando que “nada houve de repreensível” nisso. No entanto, desmentiu os restantes pagamentos em dinheiro.

“Nenhum alfaiate sério aceitaria pagamentos em dinheiro desse tipo de quantia”, sublinhou.

Depois de uma investigação preliminar aberta em 25 de janeiro, a procuradoria decidiu avançar com este inquérito judicial sobre a obtenção de alegados falsos empregos no parlamento por parte de Fillon para a sua mulher e dois filhos.

Fillon foi uma das candidaturas presidenciais mais fortes, mas perdeu força depois de estes cassos serem conhecidos.

Este candidato já admitiu que empregou a mulher e os filhos, mas argumentou que os empregos eram reais e que esta prática era legal na altura.

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