Marcelo Rebelo de Sousa conta com um acordo à esquerda até 2023, segundo o Expresso. "O PCP, o PAN e o PEV não fecham a porta à convergência para a segunda metade da legislatura. Nem o BE fecha portas para o futuro. E não vejo razões para duvidar desses propósitos", referiu o presidente da República ao semanário.

Além disso, Marcelo lembrou que exigiu ao Governo que se entendesse à esquerda para salvar os dois últimos Orçamentos do Estado. "Antes da votação dos Orçamentos para 2020 e para 2021, entendi que o natural era o Governo fazer entendimentos à esquerda, como acontecera na legislatura anterior. Foi o que aconteceu nos dois casos", recordou.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, a 7 de dezembro, que Portugal precisa de um Presidente da República que estabilize e una os portugueses para vencer a atual crise e afirmou que nunca sairia a meio desta "caminhada exigente e penosa".

Estes foram dois dos principais argumentos invocados pelo professor universitário jubilado e antigo líder do PSD ao anunciar a sua recandidatura ao cargo de Presidente da República nas eleições de 24 de janeiro.

Numa declaração com cerca de dez minutos, na pastelaria Versailles, em Belém, Lisboa, apenas registada em vídeo por dois repórteres de imagem devido à pequena dimensão do espaço, com a maioria da comunicação social no exterior, Marcelo Rebelo de Sousa disse ser "exatamente o mesmo que avançou há cinco anos" e justificou a sua decisão com a atual conjuntura.

"Sou candidato à Presidência da República porque temos uma pandemia a enfrentar, porque temos uma crise económica e social a vencer, porque temos uma oportunidade única de além de vencer a crise mudar para melhor Portugal", afirmou.

Logo de seguida, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que Portugal precisa de continuar a ter um Presidente da República "com proximidade" dos cidadãos e que contribua para um quadro político de "descrispação, com pluralismo democrático, mas diálogo e convergência no essencial".

"Um Presidente independente, que não instabilize, antes estabilize, que não divida, antes una os portugueses, e que puxe sempre pelo que de melhor existe", completou.

Até este momento, segundo uma sondagem feita pelo ISCTE e ICS para o Expresso e SIC, 49% dos portugueses mostram-se "algo" satisfeitos com a maneira como Marcelo desempenhou o cargo aos longo dos últimos cinco anos, havendo ainda 29% que se declaram "muito" satisfeitos. Por outro lado, apenas 20% dos eleitores se mostram descontentes: 16% "pouco" e 4% "nada" satisfeitos com os cinco anos de Marcelo enquanto presidente.

No que diz respeito a simpatia partidária, verifica-se que 88% dos eleitores que mostram simpatia ou proximidade ao PS dão nota positiva a Marcelo, bem como 90% dos simpatizantes do PSD.