A Estufa Fria, em Lisboa, recebeu esta noite, no âmbito da campanha de Marisa Matias, um encontro climático intitulado "mudar o sistema, não o clima", no qual a bloquista avisou que esta "é uma luta pela nossa sobrevivência".

"Em tempos de emergência climática, a função do Presidente da República é essencial para determinar os impactos climáticos positivos de todas as medidas de política pública. A transição energética é essencial para a resposta à crise e não falo da crise climática, falo também da crise económica e da crise social", referiu a candidata presidencial.

Por isso mesmo, e caso seja eleita, Marisa Matias comprometeu-se "com uma presidência de emergência climática" e deixou já uma promessa.

"Não promulgar qualquer legislação que aumente as emissões de gases com efeito estufa, nomeadamente se admitir novos projetos de combustíveis fósseis, expansão de infraestruturas poluentes ou subsídios a estas indústrias. É esse o meu compromisso", anunciou.

Criticando o presidente recandidato, Marcelo Rebelo de Sousa, por não ter ido ao encontro dos milhares de jovens que se manifestaram pelo clima, a eurodeputada bloquista apontou ainda críticas ao Governo socialista.

"Essa transição energética não pode ser temida como uma ameaça ao emprego e essa é a grave consequência da demagogia do Governo no caso do encerramento da refinaria de Matosinhos", condenou.

Para Marisa Matias, "em vez de fazer da transição energética uma política de emprego para salvar o clima e a economia, o Governo usa a transição energética para branquear as decisões da Galp, para aumentar os lucros e despedir trabalhadores".

"Há pouco, antes de iniciarmos este encontro, estava a falar com a ativista mais jovem desta sala e falávamos sobre dinossauros. Os dinossauros estão extintos. nós, sem nenhuma ironia, corremos o risco de estar mesmo a pôr em causa a nossa capacidade de viver neste planeta", avisou.