“Hoje ouvimos o primeiro-ministro a falar praticamente uma hora e parecia um primeiro-ministro que tinha acabado de tomar posse. Parece que não foi este Governo que esteve a gerir este processo da pandemia e que nos trouxe a um ponto onde estamos entre a espada e a parede”, afirmou o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal (IL).
Tiago Mayan falava aos jornalistas, no Porto, no final do Conselho de Ministros que aprovou as medidas de confinamento geral ao abrigo do novo estado de emergência.
O candidato a Presidente da República disse não ter ouvido, por parte de António Costa, uma “assunção de responsabilidade pela situação" que o país está a atravessar "neste momento”.
“Ouvimos as mesmas medidas de sempre, as medidas que já temos tido constantemente e agora mais reforçadas, mas as mesmas medidas de sempre à espera de resultados diferentes”, salientou.
Na sua opinião, o que era importante era o primeiro-ministro e o Governo assumirem “finalmente a responsabilidade das suas decisões determinando o confinamento de pessoas e atividades, de restaurantes, cabeleireiros, ginásios e lojas", e decidirem qual “vai ser a forma de direta e imediatamente e sem burocracias compensar estes negócios”.
“Porque se não vamos enfrentar a destruição económica e social”, frisou Tiago Mayan.
Referiu ainda que as “medidas são continuamente anunciadas de forma avulsa e genérica, sem nenhuma contemplação para os efeitos que elas têm e sem explicação de qual é o efeito direto que elas vão ter para a eficácia do combate à pandemia”.
Questionado sobre o apoio dos partidos ao alívio das restrições no Natal e cujos efeitos se estão a sentir agora, Mayan afirmou que não vai entrar na “narrativa de que a culpa é dos portugueses” e frisou que a decisão quanto “ao suposto desconfinamento no Natal foi tomada por este Governo”.
“A decisão de confinar as pessoas em meios fins de semana à tarde e obrigá-las a ir às compras em meios fins de semana de manhã foi também deste Governo”, afirmou.
E, se fosse eleito a 24 de janeiro, a primeira medida que disse que tomaria enquanto Presidente da República seria, “de urgência, reunir com o Governo, o Conselho de Estado e com outros agentes económicos, de saúde e científicos.
“Para, da forma mais imediata possível regressarmos à normalidade constitucional e definir uma efetiva estratégia de combate à pandemia que se foque nos grupos mais vulneráveis”, sustentou.
“Portugal vai “regressar ao dever de recolhimento domiciliário”, a partir das 00:00 de sexta-feira, tal como em março e em abril, anunciou o primeiro-ministro, António Costa, na conferência de imprensa, alertando para este ser, simultaneamente, o momento “mais perigoso, mas também um momento de maior esperança”.
Quanto à campanha eleitoral em curso, a primeira a realizar-se num contexto de pandemia e de confinamento, Tiago Mayan reafirmou que vai ser readaptada, no entanto apontou que fará o que muitos milhões de pessoas continuarão a ter que fazer: “sair de casa para trabalhar”.
“Porque efetivamente essa é a realidade de muitos portugueses e significará também que, tal como todos os portugueses, eu não vou estar a fazer grandes ajustamentos, a marcar grandes festas ou eventos em salas fechadas”, salientou.
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