Ao segundo dia de campanha oficial, André Ventura foi novamente apelidado de "racista" por cerca de duas dezenas de manifestantes de etnia cigana, com cartazes e vigiados de perto por sete elementos da Polícia Marítima, após uma visita à Docapesca do barlavento algarvio, junto a Portimão.

Hoje, contrariamente a domingo, em Serpa, o líder nacional-populista contou com o apoio de perto de 50 dirigentes e militantes locais do seu partido, que esperaram quase uma hora pelo seu presidente.

"Isto já devia ter sido preparado antes. Há uma enorme confusão lançada no país, com a recolha [de votos] nos lares, sobre quem pode votar antecipadamente", lamentou, adiantando que "quase ninguém sabia da existência de um site que o Governo indicou para registo prévio".

Ventura voltou atacar o MAI, Eduardo Cabrita, cuja conferência de imprensa da véspera classificou de "bizarra", acrescentando que o responsável governamental "já não devia estar em funções e a coordenar este ato eleitoral".

"Por mim, a questão é os votos serem bem contados, que não haja nenhum elemento perturbador das eleições. Estamos a falar do ato mais importante da vida pública portuguesa, a eleição para chefe de Estado. Que haja garantia na qual os portugueses possam confiar. Eu não alimento teorias da conspiração, confio muito no nosso sistema eleitoral e confio que as autoridades e os delegados não brincam com uma coisa tão séria como a nossa democracia", disse.

Sobre o recente aumento dos contágios de covid-19, o presidente do partido da extrema-direita parlamentar deseja que, se possível, as escolas não voltem a encerrar.

"A minha perspetiva inicial é a de que, se conseguirmos, não deveremos fechar as escolas porque se dá um sinal importante ao país. Se for a única solução, lamento. Até hoje, não compreendo como se dá o primeiro passo de fechar tudo outra vez - pequeno comércio, restaurantes, cafés - quando nenhum estudo o indica", defendeu o líder nacional-populista.

O deputado único do Chega disse que acompanhará terça-feira, em plataforma digital, a reunião do Infarmed, entre peritos e responsáveis políticos, sobre covid-19 e que será o seu vice-presidente Diogo Pacheco Amorim a reunir com o chefe de Estado sobre o previsível novo estado de emergência.

"Não irei à audiência em Belém amanhã porque estarei em campanha eleitoral. Irá uma delegação do Chega, que se fará representar por Diogo Pacheco Amorim e António Tanger. Acompanharei a sessão do Infarmed via videoconferência, mas uma delegação do Chega estará também no Infarmed", liderada por outro vice-presidente (Nuno Afonso)", afirmou.

O programa de André Ventura na terça-feira é composto de um único ponto: concentração, pelas 15:00, e desfile em Évora, com discurso agendado para o Templo Romano (denominado de Diana).