João Lourenço discursava hoje na abertura de uma reunião com as chefias militares do país, no quartel general do exército angolano, que hoje celebra 29 anos de existência.
O chefe de Estado angolano pediu que as forças da ordem e manifestantes façam com que durante a manifestação cada um cumpra com o seu papel, sem molestar os outros.
“É possível realizar manifestações ordeiras e que atingem na mesma o seu objetivo, o de levar a mensagem que se pretende às autoridades e à sociedade”, disse João Lourenço, apelando a todos os angolanos para usufruírem dos direitos e liberdades a que têm direito, com responsabilidade e civismo.
“Convido a todos a aceitar o desafio de mostrarmos que é possível em Angola haver uma coabitação possível entre as forças da ordem e os manifestantes, fazendo com que durante a manifestação cada um cumpra com o seu papel sem molestar os outros”, frisou.
Por outro lado, o Presidente angolano condenou alguns jovens que na manifestação realizada no dia 10 deste mês, protagonizou “o ultraje e profanação da figura de António Agostinho Neto, pai da nação”.
Segundo João Lourenço, esta atitude em nada dignifica a juventude angolana, que ao longo da história do país “deu provas de boa educação, de respeito pelos símbolos nacionais e figuras históricas, deu provas de patriotismo”.
“Destruir bens públicos ou privados, ultrajar, ofender ou ameaçar de morte, não importa quem, não é se manifestar, são atos condenáveis”, afirmou o chefe de Estado angolano, realçando que “não há a necessidade de agressão física ou verbal contra as autoridades, contra cidadãos ou contra jornalistas de órgãos que, aparentemente, não apoiem a realização das manifestações”.
João Lourenço disse que as forças da ordem devem exercer a autoridade do Estado com firmeza, sempre que a situação aconselhar, mas também com alguma contenção, procurando sempre encontrar pontos de equilíbrio entre a necessidade de estabelecer a ordem e o direito de manifestação dos cidadãos.
“Não são de aceitar excessos gratuitos das forças da ordem, assim como também não são de aceitar excessos gratuitos da parte dos manifestantes”, referiu.
De acordo com o Presidente angolano, o fim último das manifestações é o de se chamar a atenção das autoridades para situações que os cidadãos considerem que podem ser melhoradas, corrigidas, em benefício das comunidades, “não há a necessidade da vandalização de bens públicos ou privados”.
Para este sábado, estão programadas a realização de duas manifestações, uma organizada pelo Sindicato Nacional dos Médicos de Angola e a segunda pelo político angolano, Abel Chivukuvuku, que viu chumbado pelo Tribunal Constitucional a legalização do seu projeto político, denominado PRA-JA Servir Angola.
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