O chefe de Estado de Angola falava em conferência de imprensa, em Lisboa, no encerramento da visita de três dias que realizou a Portugal, sobre a venda de vários ativos da Sonangol, tendo referido – sem mencionar nomes – que recebeu na sexta-feira, em reunião privada, os responsáveis de um banco português.

“Mas já agora posso dizer que há uma empresa portuguesa que me procurou ontem [sexta-feira], muito preocupada, para saber se a Sonangol ia sair ou não. Em princípio, nós sossegamos essa empresa, para dormir descansada”, disse João Lourenço.

“Estou a referir-me a um banco”, acrescentou o chefe de Estado, sendo que em Portugal a Sonangol tem apenas participações diretas e indiretas no Millennium BCP (onde detém uma posição de 19,49 % do capital social, segundo a informação disponível no ‘site’ do banco datada de 30 de junho) e na Galp.

A petrolífera estatal angolana está em processo de reestruturação e prevê alienar as participações que detém em 52 empresas e em dois conjuntos de ativos, até agora não identificados, processo que decorrerá até dezembro 2019.

Questionado sobre a saída da Sonangol de empresas portuguesas, no âmbito deste processo, João Lourenço enfatizou que existe apenas uma “orientação geral”, no quadro do processo de privatizações, sem ter Portugal especificamente como objetivo nesse processo.

João Lourenço acrescentou que o processo envolveu uma análise “caso a caso” das empresas das quais a Sonangol se deve retirar, tendo sido concluído que a petrolífera vai alienar as participações em cerca de metade (52 das cerca de 100 em que está presente).

“Mas nunca nos referimos expressamente a negócios aqui em Portugal”, disse.