Em comunicado, o presidente da estrutura social-democrata e vereador do PSD na Câmara de Évora, de maioria CDU, disse serem “de todo refutáveis” as “declarações infelizes relativas à ‘partidarização’” da Associação Évora 2027.

Num comunicado enviado hoje, a Évora_27 Capital Europeia da Cultura (CEC) revelou que a demissão de Paula Mota Garcia, coordenadora desde 2020 da equipa responsável pela candidatura, foi comunicada, na quinta-feira, numa assembleia-geral da Associação Évora 2027, “face aos recentes desenvolvimentos na constituição” da direção desta entidade.

De acordo com o comunicado, na mesma assembleia-geral, também Marisa Miranda, responsável desde 2020 pela estratégia de Comunicação e Alcance de Évora _27, comunicou a sua demissão.

Perante estas desvinculações, o presidente da concelhia do PSD afirmou que a jurista Maria do Céu Ramos, presidente indigitada da associação que vai gerir a CEC, foi “unanimemente aprovada” na assembleia-geral da entidade e na câmara.

E acrescentou que são reconhecidos “o seu mérito e experiência profissional”, as funções que “há muitos anos” desempenha na área da cultura e o facto de “ter estado sempre na Comissão Executiva de Évora_27.

Recentemente, foram também nomeados em assembleia-geral da associação, por maioria, o economista António Costa da Silva e o consultor Bruno Fraga Braz como diretores Financeiro e de Comunicação e Alcance, respetivamente.

Quanto ao diretor financeiro da associação, António Costa da Silva, o presidente da concelhia do PSD disse que é “regionalmente conhecido também pela sua competência e mérito na gestão de fundos comunitários” e que o diretor de Comunicação e Alcance, Bruno Fraga Braz, é um profissional de comunicação “politicamente independente”.

Para Henrique Sim-Sim, “pela experiência e qualificações, parece óbvio” que a até agora coordenadora da Equipa de Missão Paula Mota Garcia “não poderia ser nem diretora Financeira, nem diretora de Comunicação”.

“Fica então a possibilidade de poder ser diretora Artística ou diretora Executiva”, mas estes cargos, “por obrigação estatutária, são escolhidos por Concurso Público Internacional, abertos à concorrência europeia”, destacou.

Alem disso, segundo o vereador social-democrata, com a entrada funcionamento da associação, “prevista até final deste mês”, a Equipa de Missão Évora_27 “extingue-se”.

A integração desta responsável na associação não foi “atempadamente acautelada”, disse Henrique Sim-Sim, opinando que Paula Mota Garcia “terá entendido informar que não pretende continuar no projeto”, o que “é legítimo, é a sua escolha”.

“Se seria possível, e desejável, a sua integração na Associação [Évora 2027]? Na minha opinião, sim. A associação irá precisar de uma equipa muito competente e, acredito, este assunto ainda não estaria completamente fechado. Mas essa decisão dependeria da entrada em plenas funções da direção, o que ainda não aconteceu”, argumentou.

A Direção da Organização Regional de Évora (DOREV) do PCP considerou hoje que “os últimos desenvolvimentos na construção” da CEC Évora_2027 “indiciam uma clara tentativa de afunilamento político” e criticou o “afastamento” dos dois elementos da equipa de missão.

Já as duas vereadoras do PS na Câmara de Évora, Lurdes Pratas Nico e Bárbara Tita, disseram que as demissões são uma “evidência da gestão inadequada que tem sido concretizada na Associação Évora 2027”.