Em declarações à Lusa, o dirigente cessante afirma: “Demiti-me de presidente da comissão política distrital do CDS de Aveiro. Optei por sair, pois não me revejo na postura da secretaria-geral do partido, nem no rumo que o partido está a levar”.
Lembrando que foi por “sentido de missão” que assumiu a presidência da distrital apenas dois dias antes de terminado o prazo para entrega das candidaturas às eleições legislativas de 2022, Fernando Camelo de Almeida diz que, “com o empenho da maioria dos membros da comissão política distrital”, conseguiu cumprir o que lhe competia nessa altura.
“Assumi o cargo numa situação extremamente difícil, a 48 horas do prazo da entrega das listas, sem termos nada feito. Consegui fazer e entregar as listas atempadamente, com um bom cabeça-de-lista a Aveiro, o Martim Borges de Freitas, graças à gestão interna de várias sensibilidades e ao espírito de união que se criou no seio da distrital. Fizemos uma campanha boa dentro das circunstâncias que o partido atravessava e, portanto, cumprimos a nossa missão”, afirma.
É por desempenho que Fernando Camelo de Almeida não aceita o facto de que “a secretaria-geral não convocou o presidente da distrital de Aveiro para a reunião da Comissão de Organização do partido, como se impunha”.
“Isso demonstra uma discriminação relativamente a Aveiro que não posso aceitar”, declara.
Para Fernando Camelo de Almeida, “em pouco tempo já se percebeu que pretendem fazer do partido uma coutada de um grupo de amigos e, por sinal, esses são os mesmos que trouxeram o CDS-PP até à situação financeira desastrosa em que se encontra”.
Nessa perspetiva, conclui: “Não me revejo num partido de elites e de interesses. Saio de cabeça erguida e consciência tranquila”.
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