A Polícia Judiciária está a realizar buscas, presididas pelo Ministério Público, desde a manhã de hoje às várias unidades da instituição e também domiciliárias, por suspeitas dos crimes de fraude na obtenção de subsídio, participação económica em negócio e peculato (desvio ou roubo de dinheiros públicos por quem os tinha a seu cargo).
Em declarações à agência Lusa, Florival Cardoso, presidente da IPSS ‘O Sonho’, fundada em 1980 e que apoia centenas de utentes em diversas valências, como na reinserção social de famílias ou na disponibilização de diversas creches e infantários, afirmou “estar de consciência tranquila”, mas “desiludido com a perseguição” que diz estar a ser feita às IPSS.
O presidente espera vir a ser constituído arguido no decurso do inquérito e assim possa conhecer o processo e "defender-se" das "acusações infundadas".
Florival Cardoso declarou estar a colaborar com as autoridades no apuramento da verdade, acrescentando que vai reunir, assim que possível, com os restantes elementos da direção da IPSS, mas que a sua vontade, neste momento, é a de pedir a demissão do cargo.
“Sinto-me desiludido com tudo isto. Dei muito mais do que aquilo que recebi ao longo dos anos a esta instituição para agora haver isto”, lamentou o presidente da IPSS 'O Sonho'.
Florival Cardoso disse desconhecer a queixa que deu origem ao inquérito, mas que espera que a mesma não seja anónima para que possa pedir responsabilidades ao autor ou autores, na defesa da sua honra e bom nome.
Uma nota publicada na tarde de hoje na página da Internet da Procuradoria da Comarca de Setúbal indica as buscas, presididas pelo Ministério Público e levadas a cabo pela PJ de Setúbal com a coadjuvação da Segurança Social, "abrangem também os equipamentos sociais da IPSS e domicílios”.
A nota acrescenta que as buscas à IPSS, a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal da Sede da Comarca de Setúbal, surgem na sequência da apresentação de uma “denúncia pela prática dos crimes de fraude na obtenção de subsídio, participação económica em negócio e peculato”.
A Segurança Social emitiu, entretanto, um comunicado em que confirma a colaboração na investigação à IPSS.
“O Instituto da Segurança Social, I.P. integra a equipa conjunta com a Polícia Judiciária que hoje realizou buscas à instituição particular de solidariedade social ‘O Sonho’”, afirma o Instituto da Segurança Social (ISS).
Como o caso está em “Segrego de Justiça”, o ISS afirma que não pode pronunciar-se sobre o processo.
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