Em comunicado divulgado hoje no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa adianta que transmitiu condolências ao seu homólogo de Moçambique, assim que teve conhecimento do ataque.
“O Presidente da República transmitiu ao seu homólogo moçambicano, Filipe Nyusi, em nome do povo Português e no seu próprio, sentidas condolências aos familiares das vítimas e votos de rápidas melhoras a todos os feridos”, é referido no comunicado.
“Portugal condena, com veemência, este e todos os atos de barbaridade e violência ocorridos na região, solidarizando-se com Moçambique em momentos de dor e revolta como este”, realça o Presidente.
Um grupo armado matou nove pessoas e incendiou casas na aldeia de Chikaua, província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique durante a noite de quinta-feira, disseram à Lusa fontes locais.
O ataque aconteceu em plena escuridão, pelas 23:00 (menos duas horas em Lisboa) no povoado de Chikaua, no distrito de Nangade, junto à fronteira com a Tanzânia.
Este é um dos distritos que tem sido palco da onda de violência que desde há um ano atinge locais recônditos, no meio do mato, sem rede elétrica e só acessíveis por estradas em terra batida, na província de Cabo Delgado.
O grupo terá usado catanas para matar oito pessoas e uma outra foi encontrada carbonizada, depois de os agressores terem deitado fogo a 50 casas - que, como quase todas na zona, são de construção artesanal - e depois de terem roubado animais.
Os nove mortos são adultos, três mulheres e seis homens.
De acordo com as mesmas fontes, parte da população fugiu do povoado durante o ataque e não há indícios que permitam identificar os atacantes.
Há dez dias, seis homens adultos foram encontrados mortos no meio do mato, no distrito adjacente de Palma, depois de terem saído para caçar, sendo os corpos encontrados com sinais de ataque com catanas.
Desde há um ano, segundo números oficiais, já terão morrido cerca de 100 pessoas, entre residentes, supostos agressores e elementos das forças de segurança.
A violência em Cabo Delgado ganhou visibilidade após um ataque armado a postos de polícia de Mocímboa da Praia, em outubro de 2017, em que dois agentes foram abatidos por um grupo com origem numa mesquita local que pregava a insurgência contra o Estado e cujos hábitos motivavam atritos com os residentes, pelo menos, desde há dois anos.
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