“O Presidente da República apresentou as suas sentidas condolências à viúva do motorista português que faleceu em Calais, França, transmitindo as informações recolhidas pelas autoridades consulares”, lê-se numa nota publicada no sítio oficial da internet da Presidência da República.

Na mesma nota, Marcelo Rebelo de Sousa envia ainda as suas condolências à corporação de Bombeiros de Vila Real de Santo António, à qual a vítima pertencia.

Um motorista português de veículos pesados morreu na noite de 19 de dezembro numa estação de serviço perto de Calais, França, após alegados confrontos com três migrantes que teriam subido a bordo do camião para passarem a fronteira com o Reino Unido.

O incidente deu-se na estação de serviço de Epitre, ponto de paragem habitual para muitos condutores que atravessam o Túnel da Mancha ou o porto de Calais, e o motorista português terá obrigado três migrantes que se tinham escondido no camião a descerem de forma a não passarem de forma ilegal para o Reino Unido.

Segundo meios de comunicação franceses, os migrantes terão agredido o condutor português de 48 anos, que entrou em seguida na cabine do camião e acabou por ter um ataque cardíaco.

O motorista foi socorrido no local, mas acabou por morrer após ter recebido auxílio médico por parte dos bombeiros. Os migrantes fugiram do local.

A situação foi relatada às autoridades pelo segundo motorista do camião, também de nacionalidade portuguesa.

A polícia está agora a investigar o caso, tendo já divulgado que o motorista português havia assinalado às autoridades a presença de migrantes no seu camião antes do incidente que levou à sua morte.

Só em 2021 já chegaram ao Reino Unido mais de 22 mil pessoas através de pequenas embarcações vindas de França, que atravessam o canal da Mancha junto a Calais. Outros migrantes tentam passar a fronteira subindo a bordo de camiões que atravessam o Túnel da Mancha ou vão através de ferry até terras britânicas, saltando para cima dos veículos em andamento ou erguendo barricadas de forma a desacelerar a velocidade e conseguirem subir para os camiões.

Há entre 1.000 e 1.500 migrantes atualmente na região de Calais que tentam passar para o Reino Unido.