O Presidente Klaus Iohannis considerou que “a situação está fora de controlo” e referiu-se à “necessidade política de substituir o Governo”, definido como “um acidente da democracia romena”.
Viorica Dancila, uma política pouco conhecida que assumiu o cargo de primeira-ministra em janeiro, possui um poder reduzido no executivo apoiado pelo Partido Social-democrata (PSD) já que o poderoso dirigente deste partido, Liviu Dragnea, continua na prática a dirigir as políticas do país.
Dragnea, que no passado assumiu diversos cargos executivos, não pode ser designado chefe do Governo devido a uma condenação por manipulação de resultados num ato eleitoral.
“Chegámos à 12º hora e estamos totalmente impreparados”, disse Iohannis. “Não existe qualquer possibilidade de um bom governo ou de um envolvimento apropriado nos assuntos europeus”.
O ministro romeno dos Assuntos Europeus, Victor Negrescu, responsável pela preparação da presidência romena da UE, demitiu-se inesperadamente na semana passada. Responsáveis oficiais tinham aparentemente manifestado descontentamento pelo sucesso de Negrescu na melhoria das relações com a Comissão Europeia, o ramo executivo da UE.
“No Governo, ainda não é claro quem são as pessoas com responsabilidade”, considerou Iohannis. “As pessoas que deveriam ocupar-se com a presidência da UE demitiram-se ou foram dispensadas”.
O líder do PSD, Liviu Dragnea, considerou que as declarações do chefe de Estado, ex-líder do Partido Nacional Liberal (PNL, centro-direita) e o seu principal rival político, constituem “um enorme prejuízo para a Roménia”.
A Roménia tem-se confrontado com uma vaga de protestos relacionada com uma reforma do sistema judicial impulsionada pelo atual Governo social-democrata, muito criticada por Bruxelas, a oposição e as chancelarias ocidentais, em particular por suavizar o combate à corrupção.
Em outubro, a Comissária europeia para a Justiça, a checa Vera Jourová, manifestou preocupação pelas capacidades da Roménia em assumir a presidência rotativa quando optou por minimizar os problemas internos, em particular o combate à corrupção.
A UE divulga na terça-feira o seu último relatório sobre os sistemas judiciais na Roménia e Bulgária. O bloco comunitário tem acompanhado com particular atenção a evolução dos dois países, devido às preocupações relacionadas com corrupção, sistemas de justiça e crime organizado.
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