“A Alemanha está a apoiar o terrorismo de forma aberta. Pode tomar partido pela Holanda, por quem quiser. A senhora Merkel está a apoiar o terrorismo”, disse o Presidente turco, em declarações à emissora A Haber.
Angela Merkel manifestou hoje o seu “total apoio e solidariedade” ao Governo holandês, depois de as autoridades holandesas terem proibido ministros turcos de realizarem no sábado atos eleitorais na cidade de Roterdão.
“Não quero colocar no mesmo saco todos os países da União Europeia, mas alguns deles não aguentam a ascensão da Turquia”, disse Erdogan, que nos últimos dias já tinha acusado a Alemanha e a Holanda de práticas fascistas e nazis.
O Presidente turco assegurou que vai levar a Holanda ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, em Estrasburgo.
“Eles falam da lei internacional quando é bom para eles. Vão ver. Nós também iremos ao Tribunal de Direitos Humanos. Já sei qual vai ser a decisão. Mas vamos fazer o necessário”, disse.
Recep Tayyip Erdogan insistiu que a Alemanha acolhe terroristas, referindo-se à guerrilha curda do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, e do clérigo Fethullah Gulen, exilado nos Estados Unidos e acusado pelas autoridades turcas de estar envolvido na tentativa de golpe de estado de julho.
O chefe de Estado turco assegurou que entregou 4.500 pedidos à Alemanha sobre alegados terroristas que lá vivem e que o país europeu não fez nada.
Acusou também a imprensa alemã de fazer campanha contra a reforma constitucional que vai ser decidida em referendo a 16 de abril e que, caso seja aprovada, entregará o poder executivo ao Presidente.
Angela Merkel reagiu, entretanto, às afirmações do Presidente turco, considerando-as absurdas.
O porta-voz da chanceler alemã, Steffen Seibert, sublinhou também que Angela Merkel não pretende participar num “concurso de provocações”.
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