“Netanyahu não é mais alguém com quem possamos conversar. Fizemos uma cruz sobre ele”, afirmou Recep Tayyip Erdogan, segundo a comunicação social turca.

Em 25 e outubro, o Presidente turco, que se encontrou, pela primeira vez, em setembro, em Nova Iorque, com o primeiro-ministro israelita, anunciou que abandonava todos os planos de viajar a Israel, afirmando que foi enganado por Benjamin Netanyahu.

“Não encontraremos nenhum outro Estado cujo exército se comporte com tamanha desumanidade”, afirmou o Presidente turco referindo-se às represálias conduzidas por Israel em Gaza, após o ataque de dimensões em território israelita, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis.

O Ministério da Saúde palestino do Hamas anunciou hoje que 9.488 pessoas, incluindo 3.900 crianças, foram mortas na Faixa de Gaza desde o início da guerra com Israel, que realiza incessantes ataques aéreos no local.

Israel anunciou, em 29 de outubro, a retirada de todos os seus diplomatas da Turquia, mas antes, em 19 de outubro, já lhes tinha pedido que deixassem temporariamente o país como “medida de segurança”.

O Presidente Turco esclareceu hoje que não estava a romper relações diplomáticas com Israel.

“Romper completamente os laços não é possível, especialmente na diplomacia internacional”, justificou Recep Tayyip Erdogan.

O Presidente esclareceu que o chefe da agência de inteligência turca, Ibrahim Kalin, estava a liderar os esforços da Turquia para tentar acabar com a guerra, através de uma mediação.

“Ibrahim Kalin está a conversar com o lado israelita, Claro, ele também está a negociar com a Palestina e o Hamas”, acrescentou.

Mas, segundo disse, Benjamin Netanyahu é o principal responsável pela violência e “perdeu o apoio dos seus próprios cidadãos”.

“O que ele precisa de fazer é recuar e colocar um fim a esta situação”, exortou Erdogan.

O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O terminal de Rafah, no sul de Gaza e a única passagem para o Egito, vai permitir que a ajuda humanitária chegue ao território palestiniano.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.