“O nosso objetivo é manter o incentivo já alcançado, apesar das dificuldades no terreno, e alcançar quanto antes um cessar-fogo para travar o derramamento de sangue”, disse Erdogan na reunião de líderes na cimeira da Conferência sobre Interação e Medidas de Confiança na Ásia (CICA), realizada na capital do Cazaquistão.
“Todos nós sofremos as consequências da crise na Ucrânia, regional e globalmente. Sempre disse que, com a ajuda da diplomacia, uma paz justa pode ser alcançada”, sublinhou.
Erdogan disse aos líderes de vinte países, incluindo o Presidente russo, Vladimir Putin, que “não há vencedor na guerra e nem vencido uma paz justa”.
O Presidente turco, que se reunirá hoje em Astana precisamente com Putin para tratar da guerra na Ucrânia, considerou que os intensos esforços conjuntos de Ancara e da ONU para eliminar as consequências da invasão russa foram reconhecidos “por todo o mundo”, como é o acordo de Istambul sobre a exportação de cereais ucranianos para aliviar a crise alimentar mundial.
Erdogan também destacou o sucesso da maior troca de prisioneiros até hoje entre a Rússia e a Ucrânia no final de setembro, na qual Kiev conseguiu libertar mais de 200 presos, incluindo os “heróis” do regimento Azov que defendiam a fábrica de metalúrgica Azovstal, na cidade de Mariupol.
A Rússia conseguiu trazer 55 prisioneiros russos para casa, incluindo um amigo íntimo de Putin, o ucraniano Viktor Medvedchuk.
O chefe de Estado turco tentou assumir um papel de mediador na guerra na Ucrânia, em que Ancara apoia diplomaticamente Kiev, mas sem impor sanções à Rússia e manter um bom relacionamento com Moscovo.
Erdogan e Putin encontram-se hoje pela quarta vez este ano, e o Kremlin acredita que o Presidente turco apresentará oficialmente as suas propostas sobre possíveis negociações entre Moscovo e o Ocidente ao seu homólogo russo.
O jornal turco Milliyet indicou recentemente que a Turquia está disposta a organizar conversações entre Rússia, Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido, um plano que já foi apresentado a Washington e as primeiras impressões teriam sido “positivas”.
Por sua vez, Putin deverá explicar a Erdogan a sua proposta de criar um grande centro de distribuição de gás russo para a Europa na Turquia diante das fugas que desabilitaram totalmente o Nord Stream 1 e parcialmente o Nord Stream 2 e da intenção da União Europeia (UE) em não retomar o fluxo de hidrocarbonetos russos através desses gasodutos.
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