“Infelizmente, há aqueles no mundo e aqui entre vocês que fecham os olhos a estas anexações ilegais e eu estou aqui para que todos possam ver com honestidade. Não importa o quanto os russos tentem influenciar, ainda deve haver independência”, disse Zelensky durante o seu discurso na abertura na cimeira, que acontece hoje na cidade saudita de Jidá.
Zelensky estava a referir-se de forma velada à Síria, um dos cinco países que votaram contra a resolução da ONU que condenou a invasão da Ucrânia, juntamente com a própria Rússia, Bielorrússia, Coreia do Norte e Eritreia.
O Presidente ucraniano foi convidado pela Arábia Saudita para uma cimeira histórica, já que o Presidente sírio, Bashar al-Assad, participa pela primeira vez num a reunião da organização após 12 anos de isolamento.
“Espero que a maioria de nós esteja aqui pelo bem da paz e da justiça”, declarou Zelensky.
O Presidente ucraniano lembrou que o seu país já tem “uma experiência positiva com a Arábia Saudita no que diz respeito à libertação” de detidos pela Rússia e afirmou a vontade de ampliar esta experiência, depois de o príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, ter-se oferecido para ser um mediador entre russos e ucranianos.
“E mesmo que haja pessoas aqui na cimeira que tenham uma visão diferente sobre a guerra na nossa terra e lhe chamem ‘conflito’, tenho certeza de que todos nos podemos unir para salvar as pessoas das prisões russas”, sublinhou Zelensky, que agradeceu “à maioria” dos países árabes pelo seu apoio à Ucrânia “a partir de posições internacionais e da Carta da ONU”.
Zelensky admitiu que a Ucrânia não tem a mesma quantidade de armas que a Rússia, nem “os muitos ‘drones’ assassinos que o Irão fornece” aos russos, mas afirmou que continua forte porque tem a verdade do seu lado e está a expulsar “os ocupantes” do território ucraniano.
“Ajudem a proteger o nosso povo, incluindo as comunidades muçulmanas ucranianas”, pediu Zelensky.
A 32.ª cimeira da Liga Árabe decorre hoje na cidade costeira de Jidá. Trata-se da primeira visita de Zelensky à região desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
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