Em entrevista à Agência Lusa, Adalberto da Costa Júnior que viveu vários anos e se formou em Portugal afirmou que a relação entre os dois países “nem sempre foi formatada por razões de valores”, existindo em algumas ocasiões um grande uso político.
“Embora pareça que Portugal tem sido beneficiado acho que também foi vítima, em determinada altura, do uso que os governantes angolanos fizeram desta especificidade portuguesa”, assinalou.
Foi por Portugal que “passou boa parte da fuga de capitais” e o país foi usado como destino, ao nível bancário, de uma forma que deixou dúvidas sobre os benefícios daí resultantes, considerou o dirigente
“Alguma da deceção de hoje [de empresários em Angola] é consequência dessa realidade”, admitiu.
O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) lembrou o relacionamento e a proximidade histórica entre os dois países que faz com que Portugal não tenha “um competidor igual” apontando também os fatores de identificação cultural, como a língua oficial angolana, mas também algumas dificuldades de uma relação que “nem sempre foi estável”
Adalberto da Costa Júnior entende que “o relacionamento que se tem hoje não é o que se poderia ter”, e que “com mais abrangência, com mais perspicácia” o relacionamento recíproco poderia ser muito mais vantajoso do que o de hoje.
E explica como: “Acabando com os interesses pequenos e olhando para os interesses grandes que são os dos cidadãos e os dos Estados”. No seu entender, os interesses partidários são limitativo e condicionam relações estáveis.
“Nós somos um país grande, com potencialidades extraordinárias que podiam oferecer ao mercado dos investidores portugueses oportunidades muito particulares que hoje não são reconhecidas”, vincou o dirigente do partido fundado por Jonas Savimbi, apontando os “riscos de investimento como um fator de afastamento.
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