Nicolas Maduro congratulou-se também com o início esta semana do diálogo entre oposição e Governo, mediado pelo Vaticano.

“Como resultado das mesas de diálogo, tomaram a feliz decisão de suspender o processo inconstitucional político da minha comparecência perante a Assembleia Nacional, o julgamento político que não está na Constituição, e o assalto a Miraflores, porque isso não era uma marcha mas um assalto”, disse, referindo-se à manifestação que estava convocada para a frente do palácio presidencial.

“Na Venezuela não haverá golpes de Estado, violência. Necessitamos de um país em paz para continuar a construir uma nova sociedade, um novo modelo económico, a revolução social, um novo modelo político (…). Celebro e saúdo que a oposição tenha tomado posições sensatas”, disse, no programa da rádio e televisão “Em contacto com Maduro”.

Maduro frisou esperar que “o próximo passo” da oposição seja o respeito pelas decisões do Supremo Tribunal de Justiça e pela Constituição e a regularização das “relações com todos os outros poderes públicos e o povo da Venezuela”.

Por outro lado, saudou a “valentia” de Henry Ramos Allup, presidente da Assembleia Nacional (onde a oposição detém a maioria) de “defender” o diálogo com o Executivo e de cancelar a marcha até ao palácio presidencial.

O parlamento venezuelano concordou na terça-feira adiar “por alguns dias” o debate agendado para hoje para determinar a responsabilidade política de Nicolas Maduro no que considera a “rutura da ordem constitucional” no país.

No início da sessão, o vice-presidente Julio Borges, líder da fação maioritária da oposição, pediu para ser adiado o debate, considerando o facto “de nas últimas horas o Vaticano ter começado, formalmente, a intervir na crise constitucional e democrática do país”.

O parlamento, dominado pela oposição, envolveu Nicolas Maduro num processo em que o acusa de ser responsável pela crise que o país atravessa e convocou-o para hoje mas o Presidente recusou ir falar aos deputados.

Também na terça-feira a oposição anunciou a suspensão de uma marcha que tinha marcado para quinta-feira e que iria acabar junto do palácio presidencial.

A decisão foi anunciada pelo presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, que a justificou com um pedido nesse sentido do Vaticano.