Renan pôs fim, assim, a especulações de que Dilma poderia receber a sentença sobre o caso durante os Jogos Rio-2016, entre 5 e 21 de agosto, quando todos os olhares do mundo estarão voltados para o gigante sul-americano. Segundo declarações do presidente do Senado em conferência de imprensa, em Brasília, começam agora a ser discutidas as perícias, em seguida, as alegações finais com prazos para a acusação e para a defesa, depois será votada a recomendação da comissão de impeachment e virá o julgamento, que deverá ocorrer entre 25 e 27 de agosto.
Dilma Rousseff foi afastada temporariamente do cargo em 12 de maio e foi substituída interinamente pelo seu vice, Michel Temer. A última ronda do impeachment será conduzida pelo presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, e marcará o ápice de uma disputa política intensa que mergulhou o país na incerteza, ao ritmo de uma crise política sem precendentes.
O processo foi iniciado em dezembro de 2015 e, após ser aprovado pelas duas câmaras do Congresso, passou à fase de instrução: recolha de provas e testemunhos, perícias técnicas e outras diligências realizadas por uma comissão especialmente criada no Senado. A Câmara alta vai elaborar uma recomendação que será submetida a votação em primeira instância pelo plenário de 81 senadores - prevista para 9 de agosto -, onde precisará de um mínimo de 41 votos (maioria simples) para que o processo continue.
Se for aprovada a continuidade do processo, o "julgamento final" ocorrerá - entre 25 e 26 de agosto -, determinando se Dilma Rousseff será definitivamente destituída. Para que isto ocorra, será necessária uma maioria especial de 54 votos da Casa (dois terços). Caso contrário, o caso será arquivado. Enquanto os detratores a acusam de violar a Constituição, Dilma denuncia ser vítima de um golpe, orquestrado pela centro-direita para tomar o poder sem passar pelas urnas. Se Dilma for destituída, Temer terminará o mandato até 2018.
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