“Quem está na linha da frente, quem tem de tomar decisões e tem situações de grande responsabilidade, acho que deve estar protegido, no sentido de manter o funcionamento das instituições”, disse Miguel Albuquerque, à margem de uma visita à empresa Maurílio Caires Informática, no Funchal.
A Região Autónoma da Madeira iniciou hoje a vacinação de entidades com cargos de decisão política, no âmbito da primeira fase do processo, nomeadamente do chefe do executivo, Miguel Albuquerque, o representante da República, Ireneu Barreto, o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, a presidente do Serviço de Saúde da região (Sesaram), Rafaela Fernandes, e o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, José Dias.
De acordo com uma norma da Direção-Geral de Saúde, publicada em 30 de janeiro, os titulares de órgãos de soberania e entidades públicas passam a integrar a fase prioritária de vacinação, embora o parlamento da Madeira tenha decidido, por unanimidade, prescindir da vacinação geral dos deputados.
“Acompanhamos o plano nacional”, indicou Miguel Albuquerque, lembrando que na Madeira foi decidido “adaptar a normativa nacional, que […] vem adaptar a normativa europeia, e estender a vacinação, agora, às pessoas com mais de 80 anos e depois a pessoas com mais de 50 e com patologias crónicas”.
Na segunda-feira, a região recebeu parte do segundo lote de vacinas – 11.700 doses – fornecido pela BioNTech/Pfizer e, hoje, prosseguiu com a campanha de vacinação, que, para além dos políticos, abrange profissionais de saúde do setor público e privado, forças de segurança e lares de terceira idade.
“Estamos a organizar uma logística que, no fundo, é bastante complexa, porque temos de vacinar milhares e milhares de pessoas. Vamos ultrapassar as 300 vacinações por dia”, explicou Miguel Albuquerque, indicando que, das 11.000 pessoas com mais de 80 anos residentes no arquipélago, já foram vacinadas cerca de 900.
O chefe do executivo madeirense, de coligação PSD/CDS-PP, manifestou, por outro lado, confiança nos profissionais responsáveis pelo Plano Regional de Vacinação Covid-19, dizendo não esperar ‘atropelos’ na sua execução.
“Acho que as pessoas têm sido responsáveis em todos os aspetos e não será agora, na vacinação, que vamos pôr a prima e a sogra a ser vacinadas”, disse, considerando que as pessoas que fazem parte do grupo de trabalho da vacinação na Madeira “são de alta idoneidade e competência técnica.”
O Plano Regional de Vacinação Covid-19 estabelece três fases, a começar pela população mais idosa e pelos profissionais do sistema de saúde, público e privado, ao que se seguem as pessoas com comorbilidades e, depois, o resto da população.
O plano aponta para a vacinação de 50 mil pessoas na primeira fase, outras 50 mil na segunda fase, e, por fim, 100 mil pessoas.
De acordo com os dados mais recentes, o arquipélago da Madeira, com cerca de 260 mil habitantes, regista 1.893 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, num total de 5.239 casos confirmados desde março de 2020 e 46 óbitos associados à doença.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.237.990 mortos resultantes de mais de 103,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 13.017 pessoas dos 731.861 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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