Miguel Albuquerque afirmou a necessidade de ser assegurado “um corredor humanitário para mandar apoios para a Venezuela”, mas reconheceu tratar-se de "uma ação muito difícil de concretizar neste momento".
O líder social-democrata regional defendeu que tal solução teria de ser "intermediada pelas associações, para que esses bens não sejam desviados para o mercado negro”.
“Estamos a trabalhar com alguma discrição”, adiantou Miguel Albuquerque aos jornalistas à margem da Festa da Cidra na freguesia do Santo da Serra, apontando ser necessário também contar com a anuência do Governo da Venezuela.
Miguel Albuquerque disse ainda estar convencido de que entre os portugueses detidos na Venezuela, alguns são de origem madeirense e referiu que o secretário regional da Educação da Madeira tem estado “em contacto constante com o Governo” sobre esta situação.
“O Governo nacional disse publicamente que está a acompanhar as famílias. Queremos que continue a acompanhar, seja efetivo para que sejam libertados o mais rapidamente”, afirmou o chefe do executivo regional, adiantando ter feito hoje um apelo nesse sentido para que os responsáveis nacionais “não larguem o assunto”.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou na sexta-feira que mais de três dezenas de gerentes de supermercados de empresários portugueses tinham sido detidos por violarem a lei, acusados de esconderem produtos aos clientes e alterarem os preços, a meio do programa de recuperação económica que implementaram contra a crise que afeta aquele país sul-americano.
No sábado, um tribunal da Venezuela decidiu manter em prisão preventiva pelo menos dez portugueses e luso-descendentes, todos eles gerentes de supermercados, acusados de impedir o abastecimento de produtos básicos e de violarem as leis que regulam os preços.
Estes portugueses, segundo fonte judicial, fazem parte de um grupo de 34 gerentes das redes de supermercados Central Madeirense e Excelsior Gama (que pertencem a portugueses) que foram detidos nos últimos dias.
Quanto à situação dos portugueses emigrados na Venezuela mas que regressaram à Madeira fugindo da crise que atinge o país sul-americano, Miguel Albuquerque informou que 2.000 já estão integrados no mercado de trabalho regional, existindo outros “1.000 para colocar”
“Temos vindo a acompanhar a situação não com conversa fiada, mas com decisões práticas”, vincou, mencionando que tem sido igualmente efetuado um “trabalho de inserção de crianças nas escolas”, sendo que algumas “têm dificuldades ao nível da língua”.
Miguel Albuquerque adiantou que algumas dessas pessoas também são apoiadas na Segurança Social e no Serviço de Saúde da Madeira, com medicamentos, porque ”muitas pessoas chegam muito debilitadas”, admitindo dificuldades ao nível da habitação, porque ainda estão em fase de resolução os processos de pessoas afetadas pelos incêndios de agosto de 2016.
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